Operação da PF mira suspeitos de bancar bloqueios em rodovias após eleições

A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira (6) dez mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul contra suspeitos de financiar bloqueios em rodovias após a vitória do presidente Lula (PT) nas eleições do ano passado.

Mandados estão sendo cumpridos em Campo Grande, capital sul-mato-grossense, e Pontes e Lacerda (350 km de Cuiabá).

Financiadores e participantes dos bloqueios podem responder a vários crimes, como constrangimento ilegal, lesão corporal, incitação ao crime, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático. Somadas, as penas podem passar de 13 anos de prisão.

Manifestantes bloquearam BR-174 depois da eleição, agrediram e ameaçaram os motoristas que queriam atravessar, segundo a investigação da PF. Eles também desobedeceram os policiais que tentavam liberar a via.

BLOQUEIOS EM RODOVIAS

Rodovias em todo o Brasil foram bloqueadas por manifestantes favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) logo após Lula ser declarado pela Justiça Eleitoral como vencedor das eleições presidenciais de 2022.

Juristas consultados pelo UOL avaliam que as paralisações, apesar de ilegais, não foram necessariamente criminosas. O crime, segundo eles, só ocorreria em situações específicas, como o uso de violência no bloqueio. Mas alguns episódios desse tipo, que envolveram tiroteios e incêndio de veículos, ainda não foram alvo de denúncias.

Os bloqueios duraram semanas. Na época, Bolsonaro chegou a pedir que os manifestantes liberassem o trânsito.

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