O geneticista Anderson Pontes Arruda, 50, viralizou esta semana por conta de uma postagem mostrando que teve que marcar com uma caneta as palavras “sim” e “não” sobre os joelhos, para que a equipe médica não se confundisse sobre qual deles seria operado.
A recomendação partiu da equipe médica do hospital onde a cirurgia seria realizada, na cidade de Fortaleza, no Ceará, para evitar confusões. O paciente rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e foi operado no último sábado (12).
“Ela [a enfermeira] me deu as opções de desenhar um alvo sobre o joelho esquerdo, o que estava machucado. Ou então de escrever as palavras “sim” sobre ele e “não” sobre o joelho direito, que não seria operado”, lembra Arruda.
Apesar de compreender a importância dessa medida de precaução, o geneticista achou muito curioso e engraçado o fato do paciente ter que assinalar a área a ser operada e acabou postando as imagens em seu perfil no Instagram.
“Eu postei como uma brincadeira, uma curiosidade. Mas fui surpreendido com a viralização do meu post, de repente a história começou a se espalhar, mas não foi minha intenção que isso acontecesse, só queria compartilhar essa curiosidade com os amigos”.
A cirurgia, afirma Arruda, foi bem-sucedida e agora ele se recupera em casa, aguardando com ansiedade a volta para o trabalho. Ele diz que é ruim ficar “de molho”, mas entende ser necessário. Serão 10 dias sem pisar, outros 10 caminhando com ajuda de muletas e só depois disso o geneticista poderá voltar a pisar.
“Correu tudo bem, estou sem dor, tomando medicação, iniciei na segunda (14) minha fisioterapia. Foi importante marcar o joelho certo. Já pensou se tivessem feito a cirurgia no que estava normal? Geralmente, cirurgias em órgãos ou membros duplos requerem mais atenção, porque a troca na hora da cirurgia pode mesmo ocorrer”, afirmou.
DEMARCAÇÃO DE LATERALIDADE
Marcar membros antes da cirurgia não é algo novo na medicina brasileira. A prática é conhecida como “demarcação de lateralidade” e consiste na marcação de local ou locais a serem operados.
Esta demarcação é particularmente importante em casos de lateralidade (distinção entre direita e esquerda), estruturas múltiplas (por exemplo, dedos das mãos e dos pés, costelas) e níveis múltiplos (coluna vertebral) e consta do Protocolo para Cirurgia Segura, editado pelo Ministério da Saúde, em julho de 2013.
A finalidade desse protocolo é determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial de Saúde.
MAURÍCIO BUSINARI / Folhapress