A avó do menino de cinco anos, que foi encontrato com hipotermina dentro de um córrego na manhã da última quarta-feira, 06, em Leme, no interior de São Paulo, revelou que o padrasto da vítima, preso suspeito de cometer o crime, ligou para avisar do desaparecimento da criança e chegou a ajudar nas buscas.
Segundo a idosa, o suspeito argumentou que a criança tinha sonambulismo, distúrbio no qual a pessoa pode andar enquanto dorme. A família desconfiou da história. A informação é do portal G1. O padrasto, de 25 anos, foi preso e deve responder por tentativa de homicídio.
O caso
A criança de cinco anos foi encontrada por uma a mulher. Para ela, o menino teria dito que o atual companheiro da mãe, que ele chama de pai, o jogou no córrego. O suspeito tentou fugir, mas foi capturado pela polícia.
A criança afirmou ainda ter acordado no rio, e apresentava diversas marcas pelo corpo e rosto no momento em que foi encontrada. Diante das informações, uma viatura se deslocou para a residência do padrasto e, após a chegada do corpo de bombeiros, a viatura do depoente também seguiu para a casa da família.
Quando o indiciado percebeu a chegada das viaturas, ele passou a pular por diversas residências vizinhas em tentativa de fuga, correu pelos telhados e danificou alguns deles. Os agentes realizaram cerco nas imediações e, em determinado momento, um dos policiais se deparou com o suspeito.
Mesmo com ordem policial, o indiciado investiu contra o agente e ambos entraram em luta corporal. Foi necessário disparos de arma de incapacitação neuromuscular, força física moderada e algemas para conseguir contê-lo.
O indiciado estava bastante agressivo. Indagado acerca dos fatos, o padrasto apenas dizia que não se lembrava de nada, bem como não explicou o porquê havia corrido da polícia.
Diante dos fatos, o homem levado ao pronto socorro e, posteriormente, conduzido a delegacia de polícia. A criança permaneceu internada e acompanhada pelos conselheiros tutelares.
Depoimento
Ao ser interrogado, o indiciado, na presença de seu advogado, disse que estava com familiares até aproximadamente meia noite, quando entrou na residência com a vítima para se prepararem para dormir.
A criança tomou banho e foi para cama. Em determinado momento da madrugada, o indiciado pegou o garoto, o levou para o carro e seguiu com ele até o córrego da Avenida Joaquim Lopes Aguila.
Ainda no relato, o padrasto afirma que levou a criança até o leito do córrego e foi embora. O homem afirma não se recordar ao certo como se deram os fatos.
Destacou ainda que, ao retornar para casa, solicitou a ajuda de familiares para procurar a criança. Depois disso, só se recorda de ter sido detido pela polícia. Foi realizada perícia do local onde a vítima foi encontrada, do local apontado pelo próprio indiciado como sendo o local onde deixou a criança, do veículo do indiciado e da residência da família.
A vítima permaneceu internada, e será submetida a exame de corpo de delito assim que possível. O seu estado de saúde não foi informado.
Diante dos elementos ora apresentados foi ratificada voz de prisão em flagrante contra o indiciado.
