A Polícia Civil prendeu, na noite deste domingo (6), um homem suspeito de ser o responsável por atirar uma pedra em um ônibus e ferir uma passageira no último dia 27, na avenida Washington Luiz, zona sul de São Paulo.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o suspeito foi identificado e preso por policiais da 6ª Disccpaat (Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio), do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Uma câmera de rua registrou o ataque.
A mulher de 31 anos ficou ferida por estilhaços do vidro quebrado pela pedrada. Segundo a polícia, à vítima teve fraturas em vários ossos da face.
Uma câmera instalada no interior do veículo mostrou quando o coletivo foi atingido pela violência da pedrada. A mulher estava no primeiro banco do lado direito do ônibus, mexendo no celular, quando o vidro estourou em cima dela. O smartphone acabou jogado para o meio do corredor. Desesperada, a passageira colocou a mão no rosto e começou a gritar. Ela continuou no lugar até o motorista parar o veículo.
Segundo a polícia, guardas-civis municipais que atenderam a a ocorrência foram informados pelo motorista que a pedra foi lançada do lado direto próxima a porta.
A passageira acabou socorrida à UPA Vila Santa Catarina. Ele chegou a descer do veículo para tentar identificar o agressor, mas ele já havia fugido do local.
Nesta segunda-feira (7), o Deic divulgou vídeo gravado por uma câmera de rua. Conforme a imagem, alguns segundos antes de o ônibus passar pela avenida Washington Luiz, um Palio vermelho estaciona na esquina com o pisca-alerta ligado.
Em seguida, um homem sai do interior do veículo e aguarda o coletivo na avenida. Ele atira uma pedra em direção ao ônibus, volta para o Palio e foge. Uma mulher que caminhava para a Washington Luiz presenciou o vandalismo.
Outra câmera registrou o Palio no trânsito, onde é possível ver a placa traseira.
Ao todo, quatro pessoas foram detidas nos últimos dias, por suspeita de depredarem ônibus na Grande São Paulo.
A primeira detenção foi de um adolescente em Cotia, na região metropolitana. No sábado (5), dois homens haviam sido presos em flagrante após danificarem coletivos em Pirituba e Santo Amaro, nas zonas oeste e sul, respectivamente uma passageira ficou ferida e foi socorrida para o Hospital Taipas. Seu quadro de saúde não foi informado.
Somente na cidade de São Paulo, oito ônibus foram depredados entre sábado e a manhã desta segunda-feira, de acordo com a Secretaria Municipal de Mobilidade e Urbana Transporte e a SPTrans, estatal que gerencia o transporte coletivo municipal.
Desde o 12 de junho, quando os ataques começaram, as empresas operadoras relataram que 269 ônibus do sistema municipal foram depredados. “Os atos aconteceram de forma distribuída por todas as regiões da cidade”, diz a secretaria.
Na manhã da última quinta-feira (3), a Polícia Militar anunciou a implantação da Operação Impacto Proteção a Coletivos. Ela será realizada até o próximo dia 31 em áreas com mais incidências de vandalismo no estado. Ao todo estão sendo mobilizados 3.641 viaturas e 7.890 PMs.
De acordo com a Polícia Civil, 60% dos ataques estão concentrados na zona sul, com destaque para as avenidas Cupecê, Washington Luís e Vereador João de Luca.
Em entrevista coletiva na manhã desta quinta, o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), afirmou que, por ora, a Polícia Civil descarta a participação do crime organizado nas ações.
As ações criminosas, conforme a Polícia Civil, são coordenadas e, geralmente, acontecem a partir das 22h.
Os investigadores apuram se os atos surgem a partir de desafios marcados pela internet, mas ainda não encontraram evidências disso no monitoramento de plataformas digitais e redes sociais.
Segundo o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Deic, o perfil dos vândalos é de pessoas jovens.
FÁBIO PESCARINI / Folhapress



