Pela segunda vez em sua história, o São Paulo disputará a final da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (16), no estádio do Morumbi, a equipe tricolor eliminou o Corinthians na semifinal e avançou para a decisão, na qual lutará pela conquista inédita. O adversário será o Flamengo, que na noite de ontem vence o Grêmio no Maracanã por 1 a 0.
Depois de perder o duelo de ida, na Neo Química Arena, em Itaquera, por 2 a 1, a formação tricolor ganhou em seus domínios por 2 a 0, em uma partida no qual buscou a virada no placar agregado desde início.
O começo do jogo, no entanto, teve um atrasado provocado por atos de vandalismo contra o ônibus do Corinthians. O veículo teve suas janelas quebradas por objetos atirados em sua direção. Segundo Duilio Monteiro Alves, presidente corintiano, ninguém se feriu.
Quando a bola rolou, o primeiro gol saiu logo aos 13 minutos, com Wellington Rato, com um belo chute de fora da área. Depois, aos 32, Lucas Mouras ampliou de cabeça.
Depois do intervalo, o Corinthians até tentou reagir, passou a ficar mais tempo no campo de ataque, mas os donos da casa administram a vantagem e ficaram com a vaga.
O ímpeto são-paulino nos primeiros 45 minutos refletia a vontade do clube de voltar à final do torneio, algo que só havia acontecido em 2000, na temporada em que encontrou o Cruzeiro na decisão e acabou derrotado nos dois jogos decisivos, ambos por 2 a 1.
Desta vez, o adversário sairá do confronto entre Flamengo e Grêmio, que também se enfrentam nesta quarta-feira (16), às 21h30, no Maracanã. No primeiro duelo, em Porto Alegre, os cariocas venceram por 2 a 0.
Em caso de uma final contra o time rubro-negro, o técnico do São Paulo, Dorival Junior, vai reencontro seu último clube antes de assumir a equipe do Morumbi. Campeão da Copa do Brasil e da Libertadores com a formação do Rio, o treinador deixou a Gávea em dezembro, por opção da diretoria.
Em abril, ele assumiu o time paulista, na vaga deixada por Rogério Ceni, em um cenário semelhante ao de sua primeira passagem, em 2017.
A missão era recuperar o moral da equipe, que vinha de resultados ruins e atuações pouco convincentes sob o comando de seu ex-goleiro e ídolo histórico.
Além de dar uma nova cara para o time, que conquistou resultados importantes no Campeonato Brasileiro e está nona posição, também levou o time às quartas de final da Copa Sul-Americana, fase em que o clube vai encarar a LDU, do Equador, além da campanha vitoriosa até a final da Copa do Brasil.
O comandante foi responsável por resgatar o futebol de alguns jogadores, como Caio Paulista, Rodrigo Nestor e Pablo Maia. E ainda recebeu reforços importantes na última janela de transferências, entre eles Lucas, titular nesta quarta, e o colombiano James Rodríguez.
Mesmo antes da chegada deles, o São Paulo já havia conquistado alguns resultados expressivos, como conseguir eliminar o Palmeiras nas quartas de final da Copa do Brasil, até então considerado o principal feito do treinador nesta passagem.
Agora, com a virada sobre o Corinthians, ele também ajuda o clube a diminuir a ampla vantagem do rival no histórico de confrontos entre os clubes em mata-matas. Foi o 25º duelo deste tipo entre eles, agora com sete vitórias são-paulinas e 18 dos corintianos.
Desses confrontos, 15 foram pelo Campeonato Paulista. Fora do Estadual, o clássico já foi disputado na Recopa Sul-Americana de 2013, na final do Rio São Paulo de 2002 e a semifinal da Copa do Brasil do mesmo ano, além da final do Brasileiro de 1990, todos com títulos ou classificações do Corinthians.
Estádio: Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Raphael Claus
Assistentes: Bruno Boschilia e Rodrigo Figueiredo
VAR: Igor Benevenuto
Amarelos: Murillo
Vermelhos: Não houve
Gols: Wellington Rato, aos 12min do 1º tempo, e Lucas Moura, aos 32min do 1º tempo
SÃO PAULO
Rafael; Rafinha, Arboleda, Beraldo e Welington; Pablo Maia, Wellington Rato (Juan), Alisson (Gabriel Neves) e Rodrigo Nestor (Michel Araujo); Lucas e Calleri. T.: Dorival Júnior
CORINTHIANS
Cássio; Méndez (Fagner), Gil, Murillo e Fábio Santos (Matheus Bidu); Fausto Vera (Matúas Rojas), Maycon, Ruan Oliveira (Giuliano) e Renato Augusto; Adson (Wesley) e Yuri Alberto. T.: Vanderlei Luxemburgo
Arrascaeta decide, Flamengo bate Grêmio de novo e encara São Paulo na final
O Flamengo superou os problemas internos vividos nos últimos dias, venceu o Grêmio novamente -desta vez por 1 a 0 no Maracanã- e se garantiu na final da Copa do Brasil pela segunda temporada consecutiva. Arrascaeta, de pênalti, marcou o gol do confronto, nesta quarta-feira (16).
O adversário da equipe carioca na briga pela taça será o São Paulo, que desbancou o rival Corinthians na outra semifinal. Os duelos acontecem nos finais de semana dos dias 16 e 23 de setembro -a CBF ainda vai definir as datas exatas dos duelos.
A classificação também garante, no mínimo, R$ 30 milhões aos cofres rubro-negros. Este é o valor repassado pela CBF ao vice-campeão da Copa do Brasil. O valor pode chegar a R$ 70 milhões em caso de título.
Antes disto, o Flamengo volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro: já neste domingo (20), o time encara o Coritiba fora de casa.
COMO FOI O JOGO
O 1° tempo foi agitado e teve o Grêmio, que precisava do resultado, com mais ímpeto ofensivo, principalmente com lances em velocidade a partir das laterais. Apesar disto, o Flamengo também conseguiu atacar e gerar perigo ao gol gaúcho.
Na 2ª etapa, os mandantes seguraram a pressão e foram eficientes: em pênalti marcado após Rodrigo Ely jogar com o braço, Arrascaeta não titubeou e marcou o único gol da decisão.
GOLS E DESTAQUES
Grando, grande. O primeiro lance perigoso da partida teve um milagre do goleiro do Grêmio: Gerson recebeu de Gabigol e, da ponta esquerda, cruzou na medida para Bruno Henrique. Gabriel Grando mostrou estar com o reflexo em dia e, mesmo no contrapé, conseguiu bloquear o cabeceio e evitar o gol carioca ainda na casa dos seis minutos.
Matheus Cunha, também grande. O time visitante, que usou e abusou das investidas aéreas, protagonizou sua a melhor chance até os 30 minutos… pelo chão: após ótima arrancada de João Pedro, Suárez recebeu de Ferreira e, de primeira, acionou Bitello, que bateu forte e viu Matheus Cunha espalmar.
Varela fora. Sampaoli precisou mexer na sua equipe pouco depois do lance de Bitello, já que Varela – que jogou com o nariz fraturado – sentiu dores no joelho direito, pediu substituição e deu lugar a Matheuzinho.
Flamengo reage. Depois de alguns sustos gremistas, os cariocas responderam na mesma moeda: usando a velocidade, principalmente em contra-ataques. Foi em um deles que Victor Hugo recebeu de Arrascaeta e, em profundidade, cruzou para o meio da área. Para azar da maior parte dos torcedores no Maracanã, Rodrigo Ely chegou antes de Bruno Henrique e afastou.
Impedimento em lateral? Os minutos finais do 1° tempo tiveram um momento curioso: um dos bandeirinhas assinalou impedimento de Suárez em uma cobrança de lateral, mas não existe, na regra, qualquer infração em jogadas do tipo. Em meio a protestos dos jogadores, Braulio da Silva Machado corrigiu o erro e aplicou falta do Flamengo, que havia ocorrido justamente no lance envolvendo o uruguaio.
Suárez fica no quase. O Grêmio voltou dos vestiários ainda mais ofensivo e, antes dos dez minutos, desperdiçou duas chances com Suárez. Primeiro, o uruguaio pegou mal na bola ao receber lançamento já dentro da área e, logo depois, não calibrou a mira em passe de Carballo – nas duas oportunidades, Matheus Cunha fez a defesa com tranquilidade.
Ferreira carimba a trave. A pressão gaúcha continuou em meio a um Maracanã ainda pulsante, e o público quase testemunhou o gol de Ferreira. O camisa 10 fez linda jogada da esquerda para o meio e tentou deslocar Matheus Cunha em chute colocado. A bola, no entanto, beijou a trave flamenguista.
Cinco mudanças: uma delas, Gabigol. Sampaoli e Renato mudaram seus times exatamente no mesmo lance. Enquanto o argentino optou por sacar Gabigol e Victor Hugo para as entradas de Luiz Araújo e Thiago Maia, o ex-atacante fez três alterações e acionou JP Galvão, Pepê e Besozzi na busca por manter a velocidade de seus meias.
Grêmio bobeia e é punido. A bola alta, que puniu os cariocas na Libertadores, serviu de isca para o Flamengo usar em seu benefício na noite de hoje: em escanteio, Léo Pereira subiu com Rodrigo Ely e conseguiu cabecear em direção ao gol. A bola bateu no braço do zagueiro gremista e, após revisão do VAR, o árbitro assinalou pênalti para os mandantes. Arrascaeta deslocou Grando, abriu o placar e chamou todos os companheiros para abraçar Sampaoli ao dar números finais à decisão: 1 a 0.
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Braulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Nailton Junior de Sousa Oliveira (CE)
VAR: Wagner Reway (PB)
Cartões amarelos: Erick Pulgar, Fabrício Bruno, Gerson, Luiz Araújo (FLA); João Pedro, Rodrigo Ely, JP Galvão (GRE)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: Arrascaeta (FLA), aos 28 min do 2° tempo
FLAMENGO
Matheus Cunha; Varela (Matheuzinho), Fabrício Bruno, Léo Pereira e Filipe Luís; Erick Pulgar (Allan), Victor Hugo (Thiago Maia), Gerson e Arrascaeta; Bruno Henrique (Pedro) e Gabigol (Luiz Araújo). T.: Jorge Sampaoli
GRÊMIO
Gabriel Grando; João Pedro, Rodrigo Ely, Bruno Alves e Reinaldo. Villasanti, Carballo (Pepê), Cristaldo (JP Galvão), Bitello (Besozzi) e Ferreira (Iturbe); Suárez. T.: Renato Gaúcho
Redação/BRUNO MADRID / Folhapress