A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande confirmou, nesta segunda-feira (22), um caso de raiva humana em um paciente internado no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC). O diagnóstico foi confirmado por meio de exames laboratoriais, conforme nota oficial divulgada pela gestão municipal.
De acordo com o boletim médico, apesar de o quadro clínico permanecer grave, o paciente apresentou melhora em alguns parâmetros clínicos nas últimas 12 horas, permanecendo sob monitorização intensiva na UTI e acompanhamento multiprofissional contínuo, seguindo os protocolos para casos neurocríticos.
A Secretaria de Saúde informou que os primeiros sintomas surgiram no dia 10 de dezembro. O paciente foi internado inicialmente no dia 13 e, diante da piora do estado de saúde, transferido para a UTI no dia 15. Na admissão hospitalar, o homem apresentava agitação psicomotora, confusão mental, alteração do nível de consciência, aerofobia, falta de ar e queda da oxigenação sanguínea, sendo necessária a intubação orotraqueal e ventilação mecânica invasiva.
Há relato de que o paciente teria sido mordido por um sagui, informação que está sendo considerada na investigação epidemiológica. Após a notificação do caso suspeito, a Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS) e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) adotaram imediatamente as medidas previstas em protocolo, incluindo a investigação do histórico de exposição e a identificação do local provável da infecção.
O caso foi registrado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e comunicado oficialmente ao CIEVS Estadual, reforçando a articulação entre os níveis municipal, estadual e federal de saúde.
A raiva é uma zoonose viral grave, causada por vírus do gênero Lyssavirus, transmitida principalmente por mordeduras, arranhaduras ou contato da saliva de animais infectados com ferimentos ou mucosas. Quando os sintomas se manifestam em humanos, a doença apresenta letalidade próxima de 100%, o que torna fundamental a profilaxia pós-exposição imediata.
Na Paraíba, entre 2007 e 2020, foram registradas duas notificações de raiva humana, ambas com evolução para óbito: um caso em 2015, envolvendo uma criança da zona rural de Jacaraú, e outro em 2020, em uma mulher de 68 anos da zona rural de Riacho dos Cavalos, após mordida de raposa.
Diante da confirmação do caso, as autoridades de saúde reforçam as orientações à população:
- Evitar contato com animais silvestres;
- Não manipular animais domésticos sem vacinação comprovada;
- Em caso de mordida, arranhadura ou contato com saliva de animal, lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar atendimento médico;
- Manter cães e gatos vacinados conforme o calendário do SUS.
A situação segue sendo monitorada pelas autoridades de saúde, que devem divulgar novas informações conforme a evolução clínica do paciente e o avanço das investigações epidemiológicas.



