Gestantes, pacientes com câncer, pessoas com doenças crônicas e crianças com Transtorno do Espectro Autista concentram os impactos de abusos praticados por planos de saúde em Campina Grande. Os dados foram apresentados pelo Procon Saúde de Campina Grande durante evento na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Ética na Saúde Suplementar reuniu representantes da Aliança Nacional em Defesa da Ética na Saúde Suplementar para discutir negativas de cobertura e práticas das operadoras. O diretor do órgão, Waldeny Santana, informou que reajustes indevidos, cobranças irregulares e negativas de atendimento lideram as reclamações.
Waldeny Santana afirmou que descredenciamentos sem aviso e exigências documentais excessivas também dificultam o acesso dos consumidores aos serviços contratados. O Procon Saúde criou um canal exclusivo de atendimento e registrou aumento de 21% nas reclamações recebidas no período. O órgão intensificou fiscalizações e aplicou autos de infração contra grandes operadoras que atuam no município.
No último ano, o Procon Saúde aplicou multa de R$ 8 milhões a uma operadora pela interrupção de tratamento de 82 crianças com TEA. As penalidades variaram entre R$ 100 mil e R$ 200 mil por caso e seguem em fase de recurso administrativo. Enquanto isso, dados da Andess indicaram crescimento de 271% no lucro líquido das operadoras entre 2023 e 2024. Somente no primeiro semestre de 2025, o setor registrou lucro de R$ 12,8 bilhões, valor superior ao resultado anual de 2024.
