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“Não existiu tráfico, exploração ou abuso”, diz Hytalo Santos em carta

Influenciador afirma que perdeu a liberdade por mostrar a própria realidade

Influenciador rebate as suspeitas sobre tráfico de pessoas, exploração infantil e abuso
Influenciador rebate as suspeitas sobre tráfico de pessoas, exploração infantil e abuso | Foto: Redes Sociais

Uma carta enviada por Hytalo Santos a familiares e seguidores foi divulgada pela influenciadora Kamyla Maria neste domingo (07). Em postagem nas redes sociais, Kamylinha, como é conhecida, mostrou as páginas escritas pelo influenciador que está preso em João Pessoa desde agosto. No sábado (06) Kamylinha, liderou um protesto em frente à unidade prisional em que estão Hytalo e o marido.

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No documento, Hytalo descreve a rotina na prisão e contesta as acusações. Logo no início, ele escreve: “Oi baterias, venho por esta carta, que é meu único meio de expressão, trazer um pouco do que sinto.” Em seguida, afirma que mantém a mesma personalidade mostrada na internet. “Quem está segurando minha mão pode ter certeza de que o Hytalo dos stories é o mesmo por trás das câmeras.”

O influenciador também afirma que não há provas contra ele. “Não existe materialidade alguma sobre o que criaram sobre mim.” Ele relata o impacto do encarceramento. “São quase quatro meses trancado, sem ver o meu pai, sem cozinhar meu macarrão, sem gritar ‘FARTURAAA’, sem deixar minhas crias na escola, sem ser eu.” Segundo Hytalo, a perda da liberdade é devastadora. “Não dá para explicar a dor de perder a liberdade. Só quem vive o cárcere sabe e sente.”

Negação das acusações

O influenciador rebate as suspeitas sobre tráfico de pessoas, exploração infantil e abuso. Em um dos trechos mais enfáticos, ele diz: “Nunca imaginei que seria preso por mostrar a minha realidade com pessoas que escolhi amar e ajudar.” Depois, reforça: “Não existiu tráfico, exploração, pedofilia ou qualquer tipo de abuso.”

Hytalo afirma que seu estilo de vida foi interpretado de forma equivocada. “Eu venho da realidade onde tudo o que gravei é normal. É dança periférica, é favela, é verdade.” Ele sustenta que está sendo tratado de maneira diferente. “Não sou o único que mostrou o que vive e aprendeu, mas somos os únicos presos por isso.”

Movimento de apoio

A carta cita diretamente a filha, Komyla, e prioriza uma mensagem de esperança. “Eu te amo muito, Kamyla. Pode ter certeza de que seu pai aqui faria o mesmo por você.” Ele diz ainda acreditar na Justiça. “Não perdi a fé de que a justiça será feita. Não perdi a esperança de passar meu Natal fora das grades.”

Poucas horas antes da divulgação da carta, Kamylinha liderou um protesto em frente ao Presídio do Róger. Ela afirmou que pretende “bater na porta do presídio” e declarou que Hytalo sofre preconceito. “Isso não tá sendo certo, tá sendo uma mentira. Só porque Hytalo é preto, periférico e homossexual.” O ato reuniu apoiadores com cartazes, camisetas personalizadas e mensagens como “as vítimas são as testemunhas de defesa”. O grupo afirma que Hytalo e Israel enfrentam uma investigação injusta.

Processo em andamento

O caso segue em segredo de Justiça. Hytalo e Israel foram detidos em 15 de agosto, após serem localizados em Carapicuíba, na Grande São Paulo, e depois transferidos para João Pessoa. A investigação envolve suspeitas de exploração sexual infantil e tráfico de pessoas, levantadas após denúncias de vizinhos e ampliadas pela repercussão de vídeos publicados por outro influenciador, Felca. A defesa tenta autorização para que Hytalo conceda entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, mas a Justiça negou o pedido. Os advogados anunciam que vão recorrer.

Enquanto o processo avança, a carta marca um novo capítulo. No encerramento, Hytalo escreve: “Eu choro, eu sinto, eu murmuro, mas não perdi a fé.” Ele finaliza dizendo: “A verdade é única. Vocês vão ver que, no final disso tudo, até quem duvidou terá outra visão.”

Confira texto na íntegra

“Oi baterias, venho por esta carta, que é meu único meio de expressão, trazer um pouco do que sinto. Quem está segurando minha mão pode ter certeza de que o Hytalo dos stories é o mesmo por trás das câmeras. Não existe materialidade alguma sobre o que criaram sobre mim. Nunca imaginei que seria preso por mostrar a minha realidade com pessoas que escolhi amar e ajudar.

São quase quatro meses trancado, sem ver o meu pai, sem cozinhar meu macarrão, sem gritar “FARTURAAA”, sem deixar minhas crias na escola, sem ser eu. Não dá para explicar a dor de perder a liberdade. Só quem vive o cárcere sabe e sente. O que todos se questionam é: “Se está na cadeia, fez alguma coisa”. Fiz sim. Eduquei do meu jeito, errado aos olhos de alguns, dando amor sem levantar a mão, sem gritar, sem abusar e sem vender ninguém. Um detalhe: não formei uma família tradicional. Mas, com toda verdade, honestidade e clareza, não existiu tráfico, exploração, pedofilia ou qualquer tipo de abuso.

Podem ter certeza de que quem já foi à minha casa, quem já morou comigo e quem me conhece sabe que não sou isso, nem serei. Eu venho da realidade onde tudo o que gravei é normal. Expressei sem filtro a realidade vivida por muitos. É dança periférica, é favela, é verdade. Não sou o único que mostrou o que vive e aprendeu, mas somos os únicos presos por isso. E, de verdade, não desejo isso que estou passando para ninguém, nem mesmo para os que comemoram esta prisão. E volto a dizer com toda certeza: não tive tráfico, nem pedofilia, nem abuso.

Para finalizar, quero que saibam que sempre serei resistência. Já caíram as costas largas de quem sempre veio das minorias, mas aguenta. Eu choro, eu sinto, eu murmuro, mas não perdi a fé de que a justiça será feita. Não perdi a esperança de passar meu Natal fora das grades. E não vou desanimar. Resistiremos. Os que amam nossa história, que sabem da nossa luta e acreditam na nossa verdade, sigam firmes, de mãos dadas. A verdade é única. Vocês vão ver que, no final disso tudo, até quem duvidou terá outra visão. Obrigado a cada oração, cada mensagem e cada postagem de apoio. Obrigado aos formadores de opinião que são justos e humanos.

Obrigado, filha, por estar movendo o mundo aqui fora. Mainha me contou tudo na visita de hoje. Eu te amo muito, Kamyla. Pode ter certeza de que seu pai aqui faria o mesmo por você. Te amo, minha pequena grande menina. Obrigado, minha família HS. Obrigado, minhas tri’s. Amo vocês. Já já estou aí.

Com amor,
Hytalo Santos”

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