A diferença é o terno

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Imagem ilustrativa | Foto: Rede social

Em abril de 2016, esta coluna ousou profetizar e cravou: “…Duarte Nogueira pode escolher o modelo e cor do terno para ser empossado como futuro prefeito de Ribeirão Preto – se tudo der certo, pelos próximos oito anos…”

Dona coluna acertou na mosca. Estamos em maio, e essa nada humilde coluna quer arriscar novamente. Ricardo Silva tem o mesmo direito que o atual governante e decidir-se entre um modelo italiano ou inglês e pensar num tom discreto para o novo vestuário. Em Ribeirão Preto, ao contrário de outras praças, as eleições são de cartas marcadas, previsíveis e resultados nunca surpreendentes. Pelo contrário, são eleições para cardíacos, triviais e rotineiras.

Essa aritmética eleitoreira não é invencione nem de um nem de outro. Faz parte do implicante jogo político de quem nos governa há décadas e nunca fez ou faz questão de alterar o relógio sucessório. Há exceções? Raras, mas há. Roberto Jábali e Sérgio Roxo embateram-se nas urnas até o último voto ser apurado. Foi, certamente, a mais cruel e sangrenta batalha anti-civilizatória que Ribeirão Preto conheceu. Deixou feridos e raros vencedores.

O caminho para Ricardo Silva está bem pavimentado. As pesquisas internas de cada partido ou coligação demonstram isso. Duarte Nogueira já trilhou esses passos. Foi amplamente favorecido por “ausências virtuais” em sua reeleição. O próprio Ricardo Silva comandou a quase farsa eleitoreira. Fez de conta que apoiou a professora Suely Vilella, mas ainda não registrou na História porque retirou seu nome e candidatura de uma eleição quase certa. Tão mais certa que a atual, por exemplo. Baleia Rossi, big do MDB, não deixou por menos. Fez questão de enaltecer uma caçadora de anjos e emprestou-lhe parte minúscula de seu imponente aparato partidário. Cristiane Bezerra, mesmo assim, deu-se por feliz.

Chegou a vez de pagar a fatura e demonstrar que ninguém mais confia em almoço grátis. Ricardo Silva parece saborear mamão com açúcar, já descascado e sem sementes. Se o cenário permanecer por igual – o que parece ser bem provável – já tem meio caminho andado. Seus opositores, os anunciados e os ungidos, são fracos e sem robustez eleitoreira. Quase todos vítimas do nanismo político-eleitoral que hoje assola nosso desinteressante horizonte eleitoral.

Direita e Esquerda vão para a disputa com alguns de seus piores regras três. Os supostos titulares foram banidos por tais e quais motivos. Restaram os reservas oportunistas ou algo parecido. Isso é pouco, quase nada. Irão cumprir a burocracia de sempre, e, ao final, o aparente conformismo combinado. Nada que confronte ou incomode a troca de figurinhas na banca de jornais da avenida Independência. Sempre haverá uma manhã de domingo.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do THMais