A Plague Tale: Innocence é o novo game de suspense/terror e elementos de furtividade produzido pelos Studios Osobo e Focus Home Interactive. Com uma ambientação medieval, o jogo te coloca no papel de Amicia, uma garota que irá a qualquer custo tenta proteger seu irmão Hugo da inquisição e da praga dos ratos que assola o local. O game chegou dia 14 de maio para PS4, Xbox One e PC.
Confira nosso review:
FOCO NA HISTÓRIA E NO ENREDO:
Ao situar um game na era medieval todos nós já esperamos histórias épicas de capa e espada, RPG, dragões e magias, mas Plague Tale: Innocence veio pra inovar. O game fugiu da mesmice ao explorar um rico enredo com as várias possibilidades que o ambiente medieval proporciona, e mostrou muito bem que nem sempre esse estilo de jogo precisa sempre seguir as mesmas regras.
Com já citamos no acima você controla Amicia, uma garota que teve sua família destruída pela inquisição, e agora luta para manter ela e seu irmão Hugo vivos. O contra ponto é que o pequeno irmão sempre teve uma saúde debilitada, e nem saia de seu quarto durante seu início de vida, o que complica e muito a saga da garota. Os motivos mais profundos são revelados ao decorrer da campanha, que apesar de conter alguns erros de roteiro, impressiona muito.
A construção da narrativa deste game é forte e impiedosa, é daquelas em que você não tem controle sobre absolutamente nada. Digo para vocês, que mesmo acostumado com a violência e injustiça colocadas em muitos filmes e séries, A Plague Tale: Innocence deixou toda a equipe do Pixel Café enjoada e muito emocionada em outros momentos. A narrativa merece destaque.
JOGABILIDADE.
O game não tem um grande destaque quando o assunto é combate corpo a corpo, aliás esse nem é o foco do título. A narrativa se baseia em atividades de furtividade e desafios ao melhor estilo “puzzle”. O que não é um defeito, pelo contrário, deixa o jogo ainda mais espetacular.
Amicia carrega com ela uma atiradeira (também conhecida como funda), que é usada em praticamente todos os momentos, seja para resolver quebra cabeças ou combater inimigos. Ao decorrer da campanha você será apresentado a um sistema de criação de itens, o que permitirá que você crie itens e munições de tipos diferentes para lidar com a mais diversas ocasiões. Você também será motivado a explorar todos os cantos do mapa para coletar suprimentos, que poderão ser usados na tela de criação de itens. Criar itens vai facilitar muito sua jogatina, então esteja sempre atento.
No controle de Amicia não tivemos dificuldade nenhuma em se esgueirar pelo mapa, resolver enigmas ou usar a atiradeira, porém ao controlar Hugo a coisa muda. A I.A do pequeno personagem não é lá das melhores. Existe um certo delay nos comandos e o aliado também tem alguma dificuldade “mental” em entender o que precisa ser feito. O ruim de tudo isso, é que essas questões técnicas, além de dificultar o game, podem custar lhe a vida em certos momentos.
VISUAL INCRÍVEL.
O game funciona muito quando o assunto é visual. Os elementos muito bem modelados, a estruturação do ambiente, as roupas, as construções, o sistema de iluminação, os costumes e a diversidade de detalhes te transportam sem duvida até a época da idade média. A dica olhar e apreciar tudo que estiver ao alcance.
Um ponto negativo em toda a questão estética é que em momentos de “atuação” aonde existem expressões, como momentos de dor e sofrimento, as cinemáticas ou animações não conseguem passar 100% o que a cena estaria propondo. Mas ao meu modo de ver é de se relevar.
OS RATOS: DO MEDO A COMÉDIA
Por mais que seja pavoroso ver ratos quebrando a parede e o chão com o único objetivo de te aniquilar, colocar centenas de elementos dentro de um jogo não é uma tarefa lá das mais fáceis em termos técnicos. Muitas vezes ao estar tremendo de medo em se ver cercado por ratazanas gigantes do mal, você simplesmente se depara com texturas sobrepostas, e ratos que tinham o único objetivo de te matar, ao invés disso, passam por dentro de você como se sua física não existisse. É nessa hora que o medo vira comédia e estraga um pouquinho a experiencia.
Obviamente entendemos a dificuldade e não vamos crucificar aqui a empresa que mais acertou que errou nesse game. Mas fica a lição tanto para uma sequencia quanto para outras empresas que querem beber da mesma fonte, em tomar cuidado para que elementos principais mal otimizados não possam destruir um trabalho magnifico.
EFEITOS SONOROS INCRÍVEIS
Vale a pena sem duvida falar da dublagem que no mesmo momento que consegue transmitir exatamente o sentimento da protagonista, peca na atuação do pequeno Hugo. O trabalho em cima do coadjuvante erra a entonação em certos momentos, e em outras horas não coloca peso algum à cenas com certa carga emocional.
Agora os efeitos sonoros merecem nossos aplausos. Se você tiver um bom equipamento de som inclusive com sistema 3D, essa é a hora de usar! Tanto a trilha sonora quanto os efeitos sonoros conseguem trazer o peso dos elementos. Os gritos dos ratos, barulhos, ambientação e vários outros pontos culminam em uma experiencia incrível para os ouvidos e sem dúvida para o coração.
O QUE CONCLUÍMOS:
Sem grandes ações de marketing, sem prometer muita coisa e impressionando muito no que trouxe, A Plague Tale Innocence é a grande surpresa do ano até agora. Alguns bugs podem até te irritar, mais esses detalhes mínimos são inteiramente encobertos pelo excelente enredo e pela maneira diferente de retratar o período medieval.