Adolescente entra em ex escola, ataca quatro colegas e mata um deles

Foto: Reprodução

Um aluno de um colégio particular de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, foi morto a facadas e outros três ficaram feridos na tarde desta terça-feira (10). A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Militar.

A vítima é um garoto de 15 anos. Os outros dois feridos têm 14 anos -um deles está passando por cirurgia na Santa Casa de Poços de Caldas. O quarto aluno esfaqueado não teve a idade revelada.

Um adolescente, de 14 anos, ex-aluno da Escola Profissional Dom Bosco, foi apreendido. “Um adolescente, ex-aluno da escola esfaqueou quatro adolescentes. A PM foi acionada e, ao chegar no local, o suspeito já estava contido por adultos. A Polícia Militar fez a apreensão desse adolescente e conduziu até a delegacia, que está investigando as motivações”, disse o porta-voz da PM-MG, tenente coronel Flávio Santiago.

O crime aconteceu durante o horário de saída de alunos. Segundo policiais, o autor teria afirmado que aproveitou a movimentação de estudantes e pais e saiu “esfaqueando aleatoriamente”.

Além das crianças, uma monitora de van, de 17 anos, também foi atacada. Segundo relatos da mãe, a filha foi esfaqueada no peito, mas o ferimento foi superficial e ela precisou apenas levar pontos.

“Minha filha foi a primeira a ser atacada, ela viu o autor armado e entrou na frente dele para impedir que ele atingisse as crianças, nesse momento, ele segurou o seio dela e esfaqueou. Depois de esfaquear ele, ele foi atrás dos alunos e depois contido por alguns pais. Graças a Deus minha filha está bem. Ela foi uma heroína, se não fosse ela, seria mais vidas perdidas”, disse. A reportagem omite seu nome para preservar a identidade da filha menor de idade.

Uma mãe, que não se identificou, disse à reportagem que no momento do crime, do lado de fora, ouviu muitos gritos e correu para tentar ajudar alguém, sem entender o que se passava.

Nas redes sociais, a escola Dom Bosco informou que as aulas estão suspensas a partir desta quarta-feira (11). As aulas noturnas desta terça também foram canceladas. A reportagem não conseguiu contato com o colégio.

Segundo seu site, a escola tem turmas de ensino infantil, fundamental e médio, além de cursos técnicos de eletrotécnica, mecânica e enfermagem.

A frente do colégio estava esvaziada no início da noite. A escola possui duas entradas: a principal que fica na avenida José Remígio Prézia, e uma lateral, na rua Campestre. Foi por esta segunda que o autor entrou e atacou os alunos.

Em nota, a Prefeitura de Poços de Caldas afirma que é “solidária a toda a comunidade escolar […] neste momento de dor e consternação, especialmente às famílias dos alunos atingidos”.

OUTROS ATAQUES

O ataque desta terça é, ao menos, o quarto registrado em instituições de ensino neste ano com mortes.

Em 19 de junho, um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, deixou uma aluna de 17 anos morta e outro estudante, de 16, ferido.

O autor do ataque era um ex-aluno de 21 anos. Ele foi encontrado morto dias depois na prisão.

Na manhã de 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), e matou quatro crianças. As vítimas são três meninos e uma menina, com idade entre 5 e 7 anos. Uma machadinha e um canivete foram usados na ação, segundo o tenente Márcio Filippi, comandante do 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar).

Conforme a apuração, o assassino chegou à escola em uma moto, pulou o muro e escolheu as vítimas aleatoriamente. Ao perceber que as professoras correram para proteger as demais crianças, ele tentou fugir pulando novamente o muro. Em seguida, se entregou.

Em 27 de março, a professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71, foi morta em um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Ela era descrita como apaixonada pelas filhas e pelos netos. Um aluno de 13 anos a atacou com uma faca pelas costas.

O agressor também feriu dois alunos e outras três professoras. O adolescente, que era aluno do 8º ano do ensino fundamental na escola, foi apreendido.

ALÉXIA SOUSA E PEDRO MAGALHÃES / Folhapress

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