Em 10 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Saúde Mental e a alimentação é fator importante para manter o equilíbrio nesse campo, porém, em algumas situações, ainda é negligenciada ou pouco relacionada ao tema no dia a dia. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde, as condições da sanidade mental são responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas com idade entre 10 e 19 anos. As consequências de não abordar a qualidade da saúde psicológica dos adolescentes se estendem à idade adulta, os prejudicando, inclusive, fisicamente.
Bruna Pavão, nutricionista da Cuida Bem, marca de produtos saudáveis, explica que os distúrbios alimentares estão entre as enfermidades que mais afetam os jovens, começando, muitas vezes, na infância. “Estudos indicam que crianças acostumadas a comer demais estão mais predispostas a desenvolverem obesidade e compulsão alimentar na adolescência e na fase adulta. Da mesma forma, crianças que se alimentam mal têm maior risco para desenvolver anorexia”, explica.
Segundo a especialista, a falta de conhecimento sobre a influência da alimentação na saúde mental é, ainda, um fator de risco para o aumento de casos. Ela conta que alguns nutrientes, vitaminas e minerais são fundamentais para que todos os processos químicos que acontecem no cérebro sejam adequados, e a deficiência deles podem, sim, ser atreladas ao surgimento dos distúrbios.
Por isso, é recomendado inserir na dieta nutrientes variados e gorduras boas como o Ômega 3, que está associado à regulação do bom funcionamento das células cerebrais, o que significa prevenir contra a falta de memória, melhorar a concentração e o desempenho cerebral. Também é indicado o consumo de vitaminas B12 e B9, essenciais para a produção de neurotransmissores, células responsáveis pelo envio de mensagens para o cérebro e que regulam todo o organismo.
“Consumir opções de mix de nuts, com amendoim, castanhas e amêndoas, é muito indicado porque os produtos contêm um pouco de tudo do que é preciso para regular o funcionamento do organismo e do sistema mental. A praticidade, efetividade e sabor agradável também são pontos favoráveis para quem tem uma rotina corrida e não sabe por onde começar a cuidar da alimentação”, orienta Bruna.
Distúrbios
Além dos distúrbios alimentares, como anorexia, bulimia e obesidade, a nutricionista alerta que a má alimentação aumenta as chances de aparecimento de outras doenças de origem psicológicas, como ansiedade, depressão e transtornos de humor, por estarem relacionadas à possível deficiência de nutrientes que liberam serotonina, o hormônio da felicidade e do prazer.
“Alguns exemplos de produtos que ajudam nessa liberação hormonal é a banana, o chocolate e, novamente, o amendoim, as castanhas e as amêndoas. Para variar esse consumo, barrinhas de nuts podem ser uma segunda alternativa, pois há opções que contêm todos esses produtos juntos”, esclarece Bruna. Outros grandes aliados são os alimentos com vitamina D e fibras, como espinafre, brócolis, frutos do mar, semente de chia e linhaça.
A atenção com o que comemos deve estar em todos os momentos. Para quem já vivenciou alguma dessas doenças, o que está no cardápio diário também ajuda na reabilitação das enfermidades. Nesses casos, frutas, legumes e verduras diminuem o estresse oxidativo e os processos inflamatórios presentes no organismo de pacientes com problemas neurológicos.
“Não podemos esquecer também que quando falamos em alimentação o recomendado é que ela esteja associada a atividades físicas, pois a junção dos esforços proporciona a redução dos níveis de hormônios estressantes, como adrenalina, noradrenalina e o cortisol. A nossa mente precisa ser tratada como uma extensão do corpo”, reforça a especialista da Cuida Bem.