Diferentemente de países da Europa, que não só aceitam, como também distribuem os autotestes de covid-19, a Anvisa, agência reguladora de saúde no Brasil, adiou a liberação do produto para o mercado brasileiro, apontando falta de clareza do Ministério da Saúde de como esses autotestes farão parte da política pública de testagem da doença.
Os testes realizados no Brasil obedecem a um rígido protocolo de notificação, tanto que apenas os hospitais, centros de saúde, farmácias e drogarias podem realizar os testes. No sentido de desafogar esses setores e facilitar a testagem, o Ministério da Saúde propôs autorizar os autotestes para a população em geral. O problema está exatamente nesse ponto: o Ministério da Saúde não esclareceu como estas notificações chegariam aos órgãos competentes e quais os caminhos para o tratamento eficaz.
A Anvisa deu quinze dias para que o Ministério da Saúde se manifeste sobre o assunto e apresente os devidos esclarecimentos. Só depois os autotestes poderão ser liberados para a população em geral.
O autoteste funciona como os atuais testes de gravidez. Depois de positivado, o cidadão assintomático, sintomático leve ou não, deve comparecer a uma unidade de saúde, para iniciar o tratamento. Essa prática evitaria as longas filas , no entanto, para a Anvisa esse fato pode gerar confusão e não haver uma correta e necessária prevenção e cura da doença.