Após 27 anos filiado ao Democratas (DEM), o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, se filiou ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do governador João Doria. O anúncio foi feito oficialmente na última sexta-feira (14) e representa mais um passo dos políticos em direção às eleições de 2022, pois agora o político passa a poder disputar a cabeça de chapa na eleição para governador do estado de São Paulo, caso Doria concorra à Presidência da República.
A transição, porém, não foi bem aceita por todos. Em suas redes sociais, o presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou que a mudança de partido é uma imposição imposta por Doria a Garcia. Disse ainda que a ação representa a inabilidade política do atual governador.
“A mudança do vice-governador Rodrigo Garcia para o PSDB é fruto de uma inexplicável imposição estabelecida pelo governador de São Paulo, João Doria, cuja inabilidade política tem lhe rendido uma altíssima rejeição e afastado os seus aliados. A postura desagregadora do governador de São Paulo amplia o seu isolamento político, e reforça a percepção do seu despreparo para liderar um projeto nacional”, escreveu Neto em seu twitter.
Porém, durante a cerimônia de filiação, que aconteceu em um um hotel de luxo no bairro do Brooklyn, na Zona Sul de São Paulo, Rodrigo Garcia afirmou que sua partida do DEM foi natural e que no momento certo vai falar sobre a disputa para governador.
“Minha vinda para o PSDB é muito natural, uma migração em que deixo muitos amigos do DEM. Neste momento não é isso [a eleição] que está sendo discutido. Quando chegar o momento de discutir, vou me submeter às regras do partido”, disse Rodrigo Garcia.
O evento contou ainda com a presença do governador João Dória e também de outros políticos que fazem parte do primeiro escalão da gestão atual para assinar a ficha de filiação de Garcia.
Rodrigo Garcia
Nascido na cidade de Tanabi, no interior de São Paulo, o vice-governador do estado, Rodrigo Garcia, 47, é casado e pai de três filhos. Ele estava no DEM desde os 21 anos, quando filiou-se ao partido, em 1994, que ainda se chamava PFL. O político foi ainda secretário de Alckmin, além de ter ocupado as pastas do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Econômico e também da Secretaria Estadual da Habitação.
Eleito vice-governador paulista em 2018, Garcia é responsável ainda pela articulação política do Governo Doria. Realiza a função de falar diretamente com deputados estaduais e prefeitos paulistas para aprovar projetos de lei e liberar verbas.