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Áurea Moretti, o adeus de quem ajudou a escrever a história dos que lutam pela dignidade humana

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Áurea Moretti, o adeus de quem ajudou a escrever a história dos que lutam pela dignidade humana

Ribeirão Preto perdeu uma das mais importantes figuras da sua história política. Faleceu, nesta quinta-feira (15), Áurea Moretti, enfermeira que passou grande parte de sua vida dedicando-se aos cuidados das pessoas mais carentes. Vítima de uma doença degenerativa, deixou um legado invejável de ações às comunidades necessitadas. Tinha 78 anos.

Áurea nasceu na cidade de São Joaquim da Barra, mais precisamente na Fazenda Peroba, no dia 12 de novembro de 1944. Quando veio morar com a família em Ribeirão Preto, ingressou na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, da USP. Nesse período, fez parte do movimento estudantil e do Partido Comunista Brasileiro, que ela abandona em 1968, para aliar-se às Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Deixou a Faculdade de Ciência e Letras, para fazer a Faculdade de Enfermagem, profissão que abraçaria com dedicação e entrega por toda a vida.

Em 1969, Áurea foi presa em Ribeirão Preto, a mando da ditadura militar. Ficou três anos no cárcere, dividindo cela com outras prisioneiras, como Dilma Rousseff, em vários presídios do Estado. Mesmo depois de solta, teve a vida vigiada pelos agentes da repressão. Optou por desenvolver seu trabalho no meio das pessoas carentes, ajudando quem mais precisava.

De fala mansa e empática, Áurea se limitava a falar sobre seu passado, apenas quando solicitada. Preferia a ação ao discurso, mas mostrava-se sempre forte e resistente, principalmente na luta pela dignidade e os direitos humanos.

Deixou dois filhos, Raquel e Rodrigo, além de duas netas, Luiza e Clara. O velório será aberto ao público na Câmara Municipal, das 9 às 15 horas, nesta sexta-feira (16).