Ele é uma das grandes estrelas do momento no mundo virtual. Mas, apesar de estar com os holofotes e as atenções voltadas para ele, o Bitcoin ainda gera curiosidade e muitas dúvidas.
Criado pelo programador não identificado conhecido apenas pelo nome de Satoshi Nakamoto, o Bitcoin é uma moeda digital, de código aberto, que não depende de uma autoridade central para circular. Entre outras coisas, o que faz o Bitcoin ser único é o fato de ele ser o primeiro sistema de pagamentos global totalmente descentralizado. Ainda que à primeira vista possa parecer complicado, os conceitos fundamentais e suas particularidades não são difíceis de compreender.
Atualmente, com sua cotação próxima dos R$330 MIL, a Moeda Digital ganhou os holofotes no mundo dos investimentos, sendo a pioneira e protagonista das criptomoedas. A primeira transação que se tem notícia da utilização do Bitcoin como meio de troca se deu em maio de 2010, quando “Laszlo” trocou uma pizza por 10 MIL BTC – em retrospecto, pode ter sido a pizza mais cara do mundo (10 MIL BTC =R$3,3 BILHÕES, cotação de abril de 2021). Assim, o questionamento que permeia a cabeça de muitos é: “O Bitcoin passará a ser aceito, amplamente, como meio de troca?”. Vamos tentar responder essa pergunta mostrando algumas “vantagens” da moeda frente a seus pares.
No quesito durabilidade, o Bitcoin supera tanto o ouro quanto o papel-moeda (salvo o improvável caso de a internet inexistir no globo terrestre), uma vez que não sofrem com alteração espacial ou temporal, fato presente no papel moeda – podendo ser destruído facilmente – e na barra de ouro que sofre com o desgaste natural. No que tange à divisibilidade, há um limite físico pelo qual o ouro pode ser fracionado, o que não ocorre com o papel-moeda (qualquer denominação pode ser impressa em uma cédula). Nesse quesito, o Bitcoin, sai mais uma vez em vantagem, por ser perfeitamente divisível devido à possibilidade de adicionar quantas casas decimais forem necessárias.
Ademais, é na sua escassez relativa, que a Moeda Digital se destaca quando contrastado com o metal precioso e com as moedas de papel. Assegurada por meio da criptografia e da ausência de terceiros fiduciários capazes de aumentar a oferta monetária por meio da emissão de substitutos de moeda, a oferta inelástica de bitcoins é parte inseparável do seu protocolo. Por fim, o Bitcoin reúne em um mesmo sistema de serviços comumente providos por uma quantidade enorme de intermediários (bancos, bancos centrais, casas de liquidação…), enquanto um sistema monetário baseado no ouro ou em papel-moeda jamais poderia dispensar tais terceiros fiduciários.
Em suma, o Bitcoin introduz inovações antes inconcebíveis pela mente humana. Todavia, respondendo à pergunta central do artigo, a criptomoeda está passando por um constante processo de monetização, e enquanto a volatilidade perdurar, por conta da especulação dos agentes, dificilmente ele será adotado amplamente como unidade de troca. Assim, um sinal que o Bitcoin atingiu um estágio avançado de desenvolvimento será o momento em que a moeda digital for uma reserva de valor, como é hoje, e um meio de troca universalmente aceito.