Blitze contra a Lei Seca devem fiscalizar até 40 mil motoristas no estado de São Paulo durante o Carnaval deste ano. A estimativa é do Detran (Departamento de Trânsito), que vai participar de operações conjuntas com a Polícia Militar.
Ao todo, serão realizadas 30 blitze no estado com uso de bafômetro para tentar flagrar motoristas que beberam antes de dirigir. O órgão de trânsito não informa quantas delas serão na capital paulista.
Segundo o Detran, serão as maiores operações já realizadas em São Paulo durante o Carnaval.
No ano passado foram realizadas 24 dessas abordagens, o dobro na comparação com as 12 ações de 2022 em 2023 foram 19.
O número estimado de motoristas fiscalizados deve ser nove vezes maior que o de há dois anos, quando 4.546 condutores acabaram abordados.
O Detran atribui à tecnologia o fato de disparar o número de veículos parados pelos agentes.
Segundo Eduardo Gomes, superintendente do Detran-SP, o bafômetro levava de 30 a 40 segundos para apontar se um motorista havia bebido. Com os equipamentos mais modernos adquiridos no ano passado, o resultado sai em cinco segundos, o que libera mais rápido o condutor sóbrio para que outro seja examinado.
A operação contra motorista alcoolizado no Carnaval começa nesta sexta-feira (28) e vai até a terça (4).
As operações devem ser realizadas em locais próximos de aglomerações, como os megablocos, e podem ser realizadas a qualquer hora, já que há desfiles programados para começarem pela manhã, por exemplo.
Ao mesmo tempo que cresce a quantidade de motoristas abordados, sobe a cada Carnaval o número dos que se recusam a assoprar o bafômetro, segundo as estatísticas do órgão estadual de trânsito. Em 2022 foram 194 e, no ano passado, 556.
Quem se nega a fazer o teste comete infração gravíssima. Recebe multa de R$ 2.934,70, sete pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e pode sofrer processo administrativo com suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
A punição é a mesma quando o bafômetro confirma de 0,05 mg/l até 0,33 mg/l de álcool por litro de ar expelido de quem assoprou o aparelho.
O condutor flagrado com 0,34 mg/l de álcool por litro de ar expelido comete crime de trânsito, com pena de seis meses a três anos de detenção e multa de R$ 2.934,70, e perde o direito de dirigir por dois anos.
Se um policial militar oferece o teste e o motorista não o aceita, antes de aplicar a multa pela recusa a autoridade de trânsito pode analisar as alterações da capacidade psicomotora do condutor.
De acordo com a resolução 423 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), o agente pode verificar sinais como a aparência e as atitudes do condutor para comprovar a alcoolemia. Se ao menos dois sinais indicarem embriaguez, o motorista pode ser levado para a delegacia e acabar preso por crime de trânsito, mesmo que rejeite assoprar o bafômetro.
Transporte público
Para evitar ser surpreendido pela fiscalização e não correr risco de provocar acidentes, usar o transporte público é uma opção para quem for beber durante a folia.
O metrô, por exemplo, vai operar continuamente durante o Carnaval, da noite sexta até segunda-feira (3). A operação vale tanto para as linhas sob gestão públicas quanto as sob concessão privada.
As estações Portuguesa-Tietê (linha 1-azul) e Palmeiras-Barra Funda (linha 3-vermelha), que ficam mais próximas ao Sambódromo do Anhembi, funcionarão 24h para embarque e desembarque, enquanto as demais permanecerão abertas apenas para desembarque.
FÁBIO PESCARINI / Folhapress
