O Pantanal, um dos biomas mais ricos e frágeis do planeta, nos mostra um sinal de que a luta pela preservação vale a pena e está mais forte do que nunca. Entre o período de agosto de 2024 e abril de 2025, a taxa de desmatamento teve uma redução de 75% em relação ao mesmo período de 2023 a 2024. De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em abril deste ano o Pantanal não registrou nenhuma área de incêndio e a taxa de desmatamento foi a menor dos últimos 9 anos. Já na Amazônia, os dados de fevereiro de 2025 confirmam a segunda queda consecutiva e apontam para o menor índice desde 2016.
Em meio a um colapso climático em que eventos extremos são cada vez mais frequentes, os resultados positivos em relação a diminuição do desmatamento em nossos biomas trazem uma esperança de que nosso futuro ainda não está definido. No caso do Pantanal, especialistas atribuem a melhora à Lei do Pantanal — legislação estadual do Mato Grosso do Sul em vigor desde fevereiro de 2024 — que endureceu regras para conservação, proteção, restauração e exploração sustentável em Áreas de Uso Restrito.
Em coletiva de imprensa para divulgação dos dados de monitoramento dos biomas brasileiros, em maio deste ano, André Lima, secretário do Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental e Territorial do Ministério do Meio Ambiente, destacou: “Agora, o Brasil tem, pela primeira vez, planos de prevenção e controle dos desmatamentos para todos os biomas”. O anúncio marca um contraponto importante aos recordes históricos de destruição em áreas protegidas registrados entre 2021 e 2022.
O alinhamento entre políticas públicas eficazes e avanços tecnológicos pode ser decisivo no enfrentamento às mudanças climáticas. Investimentos em biocombustíveis, energias renováveis e monitoramento por satélite, aliados a governos comprometidos com a preservação ambiental, são passos essenciais para garantir um futuro mais sustentável.
Apesar de desafios como o chamado “PL da Devastação”, recentemente sancionado pelo presidente Lula, que ameaça flexibilizar normas de preservação e enfraquece os procedimentos de licenciamento ambiental brasileiro, os resultados recentes mostram que é possível avançar. A esperança, sustentada por ações concretas, continua sendo um motor para proteger os biomas brasileiros e assegurar o nosso futuro e o futuro das próximas gerações.
