Ouço todos os dias dezenas de relatos de ex-casais. A imensa maioria deles se refere a brigas. Algumas até chegando à agressão física.
Esse cenário é o pior possível para quem briga e para quem não tem nada a ver com a discussão: os filhos.
Muitas vezes, existe tanta mágoa e raiva dentro de si em relação ao ex, que os envolvidos ficam cegos, buscando apontar culpados ou mesmo causar o máximo de dor possível ao outro.
E essa postura reflete nos filhos, que ficam no meio da guerra.
Já ouvi relatos de brigas por motivos tão bobos como a escolha da cor do uniforme escolar. Embora seja compreensível e natural, a necessidade inexplicável de conflito é muito prejudicial para a família como um todo.
Quando recebo meus clientes, sempre oriento a tentar evitar ao máximo as discussões. Ceder é a palavra-chave. É importante concentrar primeiro nos papeis que cada um desempenha como pais e, depois, ir resolvendo as demais questões.
É por isso que, independentemente das divergências que o casal possa vir a ter, sempre oriento meus clientes que façam acordos e, com isso, participarem da construção da resolução do problema.
Você passa a entender a necessidade da criança em ter uma pensão um pouco maior do que o pai quer pagar; ou a impossibilidade momentânea de um pai que acabou de perder o emprego em contribuir com mais.
Nem sempre se trata de quem tem razão sobre o quê, mas sobre o que ambos podem fazer para preservar a integridade dos filhos!
Por isso, quando alguém me procura dizendo querer brigar na Justiça, sempre peço um chá, me ajeito na cadeira e tento explicar que brigar na Justiça é sempre a pior alternativa.
Como diz o ditado, antes um mau acordo que uma boa demanda. Especialmente para os filhos!