A Câmara de Ribeirão Preto aprovou nesta quinta-feira (1º) a abertura de um processo no Conselho de Ética da Casa contra o vereador Ramon Faustino (Psol), por quebra de decoro parlamentar. Por unanimidade, os vereadores acolheram a denúncia feita por duas ex-integrantes do coletivo Todas as Vozes. O político liderava o coletivo, que acabou dissolvido em julho com trocas públicas de acusações.
A comissão processante será presidida pelo vereador França (PSB) e terá como membros os vereadores André Rodini (Novo) e Bertinho Scandiuzi (PSDB). O prazo previsto para a conclusão das investigações é de 90 dias.
Assinam o documento a “co-vereadora” e ex-assessora do parlamentar Patrícia Cardoso e Viviane Silva, ex-namorada de Ramon, que segue lotada em seu gabinete, mas está afastada por licença médica.
Viviane acusa o político de ameaça e perseguição. No início deste mês, a Justiça concedeu a ela uma medida protetiva prevista na Lei da Maria Penha, determinando que Faustino mantivesse distância dela e de seus familiares. A pedido do vereador, as medidas foram flexibilizadas justamente por conta da manutenção dela como assessora.
Já Patrícia diz que o vereador solicitou ilegalmente a sua exoneração após a dissolução do coletivo. Na data da demissão, segundo a representação, ela estaria em atestado médico. A ex-assessora afirma ter entregue o documento ao vereador, mas a Câmara nunca o recebeu.
Desde que as denúncias vieram à tona, Faustino tem se recusado a dar entrevista. Por meio de notas, o parlamentar sustenta que as denúncias são fruto de divergências políticas e disputa de poder dentro de seu partido, o Psol. Ramon também disse que as acusações eram fruto de “racismo estrutural”.