A Câmara de Ribeirão Preto formalizou a Comissão Especial de Estudos que investigará casos de intoxicação por metanol e a aplicação de protocolos sanitários e fiscalizatórios em Ribeirão Preto.
A publicação, realizada nesta quinta-feira (23), ocorreu uma semana após a primeira reunião da Comissão, já com os vereadores nomeados – são eles: Rangel Scandiuzzi (PSD); Danilo Scochi (MDB); Perla Muller (PT). Até a publicação do texto, o município não registrou qualquer caso confirmado de intoxicação pela substância.
A Comissão Especial de Estudos teve a sua formação aprovada durante sessão legislativa ocorrida em 8 de outubro. A publicação do Diário Oficial foi assinada em 10 de outubro, porém foi publicada somente ontem.
Desde a sua formação, os vereadores se reuníram em apenas uma ocasião, em 16 de outubro. A reunião, disponibilizada no YouTube próprio da TV Câmara, durou pouco mais de 13 minutos. Assista na íntegra:
Estado em alerta
Apenas no estado de São Paulo, são 42 casos confirmados até o momento e 7 mortes. A maioria das vítimas tem entre 23 e 54 anos, e as cidades afetadas incluem São Paulo capital, Osasco, São Bernardo do Campo e Jundiaí. Há também dezenas de casos em investigação e suspeitas descartadas após análise clínica.
Em Ribeirão Preto, o Hospital das Clínicas descartou a intoxicação por metanol em todos os pacientes que deram entrada na unidade de saúde com suspeita. No início de outubro, durante entrevista ao programa TH+ Cidade, o secretário de Saúde do município, Maurício Godinho, anunciou algumas medidas de combate às bebidas alcóolicas adulteradas.
“Duas equipes nossas, em paralelo a tudo que acontece, estão fiscalizando 24 horas bares, restaurantes, distribuidoras e adegas. Já tivemos recolhimentos de bebidas”, disse à época, reforçando que a mobilização durará enquanto perdurar o risco de intoxicação, “o tempo inteiro”.
O metanol presente em bebidas alcoólicas adulteradas causa danos graves ao organismo, como comprometimento do fígado, medula, cérebro e nervo óptico, podendo levar à cegueira, coma e morte.
A substância é usada industrialmente como solvente e é extremamente tóxica para o consumo humano. A investigação das autoridades de saúde e segurança pública apura se o metanol foi usado para aumentar o volume das bebidas adulteradas ou se houve contaminação durante a limpeza das garrafas. O governo do estado tem adotado protocolos de atendimento rápido para pacientes com sintomas suspeitos, pois as primeiras horas são decisivas para evitar desfechos graves.
Atenção. Os sintomas comuns são sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia, convulsões e acidose metabólica. As autoridades reforçam o cuidado para evitar o consumo de bebidas de origem duvidosa e intensificam campanhas e fiscalizações para conter a circulação dessas bebidas contaminadas no mercado.



