Na próxima segunda-feira (13), a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde vão percorrer todos os setores da Prefeitura do Campus e das Unidades de Ensino para vacinar pessoas que ainda não receberam a dose contra a febre amarela. A iniciativa foi desencadeada após a confirmação da morte de macacos bugios pelo vírus da febre amarela na área do campus.
Até a última sexta-feira (10) foram encontrados seis macacos bugios mortos na USP. Os primeiros casos foram analisados no Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) e confirmados pelo Instituto Adolfo Lutz como positivos para o vírus. Segundo biólogos da Secretaria de Saúde do Estado, é provável que o bando de bugios da área tenha sido amplamente dizimado.
De acordo com Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora da Vigilância Sanitária do município, outros macacos, como saguis, têm sido encontrados mortos na cidade, mas suas mortes se devem a outras causas, como eletrocussão, por exemplo, e não foram, até o momento, associadas ao vírus da febre amarela. “Por enquanto, somente os bugios encontrados na USP testaram positivo para o vírus da febre amarela”, esclarece.
Apelo à comunidade
Diante do risco de transmissão, Luzia reforça a importância da vacinação. “Faço um apelo para que todos verifiquem sua carteira de vacinação e, se necessário, procurem o quanto antes uma unidade de saúde para receber a dose. A febre amarela é uma doença grave, que pode causar insuficiência hepática, falência de órgãos e até a morte em humanos.”
A baixa adesão ao posto de vacinação instalado no Setor Odontológico da Unidade Básica de Saúde (Ubas) do campus motivou a ação in loco. Além disso, a campanha será estendida aos bairros próximos, como Jardim Recreio e início da Avenida do Café.
Transmissão da febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa grave causada por um vírus transmitido por mosquitos. No ciclo silvestre, os vetores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que transmitem o vírus entre macacos e humanos que adentram áreas de mata. Já no ciclo urbano, o vetor potencial é o Aedes aegypti, que também transmite dengue, zika e chikungunya.
Embora os macacos não transmitam a doença, eles são considerados sentinelas ambientais, ajudando as autoridades a identificar áreas de circulação do vírus. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou centenas de casos de febre amarela em humanos nos últimos anos, reforçando a importância da imunização.
**Por Jornal da USP
