Com Black Friday muito fraca, vendas do Comércio de Ribeirão Preto caíram -2,5% em novembro

Comércio projeta aumento de 3 a 6% nas vendas do dia das crianças
Calçadão de Ribeirão Preto, um dos principais pontos de comércio da cidade | Foto: Reprodução

Acompanhando a tendência nacional, a Black Friday desse ano foi muito fraca no Comércio Varejista de Ribeirão Preto e região, e o último mês de novembro teve redução média de -2,5% nas vendas, na comparação com o mesmo período de 2022. É o que aponta o Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista), e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). Quando comparado ao mês anterior, o resultado foi negativo em -0,6%, com viés de estabilidade. 

Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, em novembro de 2022, a Black Friday chegou a impulsionar as vendas em 8,75% na comparação com 2021, que foi muito afetado pela pandemia de Covid 19. “Agora, em 2023, uma somatória de fatores puxou para baixo as vendas de novembro: reflexos da crise que o Varejo, como um todo, está enfrentando; os altos níveis de endividamento e de inadimplência dos brasileiros; e, especificamente em Ribeirão Preto, os impactos negativos das obras de mobilidade no Comércio, em especial no centro, na região da Av. Nove de Julho/Boulevard e na Av. Dom Pedro I, no Ipiranga.”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.

Ainda de acordo com Galli, “Se os impactos negativos das obras de mobilidade se prolongarem demais, o Varejo de Ribeirão Preto já deve começar 2024 em crise, lembrando que os primeiros meses do ano são tradicionalmente os mais fracos em vendas. O pior é que isso acontece justamente em uma fase na qual o Varejo precisa muito se recuperar. Também há milhares de empregos em jogo. Foi gerada uma situação extremamente desfavorável para esse setor que é um dos pilares da economia local/regional”, explica.

Empregabilidade

O CPV apurou que a média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas no Varejo de Ribeirão Preto, em novembro, apresentou estabilidade.  Para dezembro, a previsão é de estabilidade também. “Aparentemente, as contratações de temporários se deram mais intensamente em setembro e outubro, meses em que os lojistas se preparavam para o fim de ano na expectativa de um aumento de vendas. Agora, com as expectativas frustradas, a tendência é de que terminem o ano sem novas contratações”, afiam Galli.

Otimismo em queda

Com a queda nas vendas, o Índice SINCOVARP/CDL de Confiança do Varejo, também diminuiu. Considerando o futuro dos negócios nos próximos três meses (no curto prazo) em uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o índice de confiança do lojistas ficou em 2,6 pontos (ante 3,4 pontos em outubro), classificado como regular. 

Com base na mesma escala, o índice de confiança para o longo prazo (considerando os próximos 12 meses) também caiu. Ficou em 2,9 pontos, em novembro (ante 3,7 pontos em outubro), também classificado como regular.

“Micros, pequenos e médios empreendedores, que representam a maioria dos CNPJs do Varejo, costumam ser mais imediatistas em suas necessidades por isso o Índice de Confiança acompanha diretamente o desempenho de vendas. Mas olhando especificamente para os dias que restam em 2023, o fraco resultado da Black Friday faz com que os lojistas depositem suas últimas fichas nas vendas de Natal. Não há outra esperança para tentar fechar o ano no azul. É muito triste ver o nosso Comércio Varejista chegar ao final desse ciclo com tamanha angústia e insegurança, em especial o Varejo Tradicional de Rua”, finaliza Galli.

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