Com riscos de doenças e arquitetura favorável, pombos se tornam problema em Ribeirão Preto

Créditos: Reprodução

Os pombos fazem morada em todos os grandes centros urbanos do mundo, e, em Ribeirão Preto, tal condição não se difere do restante da urbanização global. As aves, no entanto, representam a possibilidade de proliferação de doenças diversas, além da sujeira decorrente das fezes e ninhos. 

Segundo Eduardo Sinastre, biólogo e professor de Biologia, os pombos podem causar doenças como salmonelose (intoxicação alimentar), hisplasmose e criptococose (infecção pulmonar), sendo esta a mais perigosa, sendo transmitida por fungos que se desenvolvem nas fezes desses animais. 

“O contato com as fezes desidratadas dos pombos pode causar o contato dos esporos dos fungos, causando a doença. Uma dica é sempre que for varrer ou mexer em um local com fezes de pombo, jogar água antes nas fezes para evitar a dispersão dos esporos dos fungos”, afirma o biólogo. 

Características biológicas

Ainda de acordo com Sinastre, os pombos são animais que vivem até 5 anos de forma livre, e se alimentam principalmente de sementes, mas os restos podem ser atrativos. 

“Geralmente, frequentam lugares com comida abundante e nesse caso restos alimentares deixados por humanos acabam atraindo esses animais. Se alimentam principalmente de sementes, mas restos de alimentos também podem ser atrativos”, indicou o educador. 

Sobre comportamento, o biólogo afirma que a ave busca construir seus ninhos em locais protegidos contra chuvas e fortes ventos. Além disso, aponta para a hierarquia no bando e territorialidade. 

“Eles constroem ninhos em locais protegidos contra chuvas e ventos fortes. Se movem em bandos e dentro do grupo possui uma hierarquia, inclusive com machos defendendo a territorialidade”, disse o especialista. 

Em relação à reprodução, a fêmea coloca dois ovos por vez, e estes são incubados por 18 dias. “Eles colocam 2 ovos por vez, que são incubados em torno de 18 dias. Fazem de 3 a 6 posturas por ano”, finaliza Sinastre. 

Foto: Divulgação

“Procure uma empresa autorizada”

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente em São Paulo (Ibama), questionado sobre a possibilidade de punições e a maneira correta de reagir à situação de invasão das aves em residência, realiza recomendações e aponta para legislações e normativas.  

“Se a presença indesejada de pombos for na sua residência, procure uma empresa ou pessoa devidamente autorizada pelo órgão ambiental estadual para a fazer o manejo ambiental. O manejo ambiental para controle de pombos implica na eliminação ou alteração dos recursos utilizados por eles, de forma a fazer com que deixem o local ou área da ocupação indesejada. Esse controle não inclui a eliminação direta dos pombos”, afirma Perla Muller, Superintendente do Ibama em São Paulo.

Sobre os métodos utilizados para a retirada do animal e consequente controle de aves sem a autorização obrigatória, o Ibama indica a possibilidade de sanções administrativas, civis e criminais. O instituto alerta ainda para a prática de maus-tratos. 

“Quem faz o manejo ambiental para o controle de pombos sem autorização ou utilizando métodos em desacordo com a legislação, especialmente a Instrução Normativa 141/2006, pode incorrer em sanções administrativas, civis e criminais. Lembre-se que, de acordo com a Lei 9.605/98, é crime matar espécie da fauna silvestre sem licença, autorização ou permissão, bem como fazê-lo em desacordo com a licença, autorização ou permissão obtida. Também é crime, segundo a mesma legislação, praticar maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados”, continua Müller.

Infraestrutura urbana favorável

Segundo Claudio Massao, analista ambiental do Ibama, os pombos passam a virar problema quando encontram condições urbanas de arquitetura favoráveis à espécie, como lajes, vigas e plataformas. 

“Bom destacar como pombos viram um ‘problema’: os pombos, em seu habitat natural na Europa, vivem em paredões rochosos. Isso faz com que as casas e os prédios com amplas áreas horizontais, como lajes, vigas, balcões, muros e plataformas sejam extremamente convidativas para a espécie, que encontra nessas configurações tipicamente urbanas excelentes locais de descanso. Assim, uma das melhores maneiras de realizar o controle populacional de pombos é mudando a arquitetura urbana, preenchendo ou eliminando essas estruturas horizontais lisas”, disse o especialista. 

Ação especializada

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Todas as técnicas e metodologias para combate das pragas são licenciadas, e todos os técnicos são treinados e certificados com as normas regulamentadoras que regem o procedimento. 

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Foto: Divulgação

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