Com Selic em baixa, investidores buscam modalidades alternativas para aumentar rendimentos

Plataforma que traz agilidade para investir em startups e por meio do crowdfunding , além dos empreendimentos imobiliários e pequenas empresas, é opção de investimento

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Índice que regula os juros básicos da economia brasileira, a taxa Selic chegou aos 5% em outubro de 2019 e vem, desde 2017, sofrendo cortes segundo dados do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). E, com a baixa dos juros, investidores estão diversificando a carteira de investimentos em direção a outras opções para aumentar o patrimônio financeiro.

Os investimentos de renda fixa, por meio do programa Tesouro Direto ou Poupança, por exemplo, não estão mais tão atrativos e são motivo de preocupação para seus investidores. Afinal, o rendimento de suas aplicações segue a taxa Selic. Quem quer maior remuneração sobre o capital investido, portanto, começa a procurar alternativas.

“Quando aumenta é bom para as instituições financeiras e para quem tem investimentos em aplicações sem risco, como Poupança e Tesouro Direto. Já quando a Selic diminui, ocorre prejuízo para quem tem investimentos atrelados a ela, já que a rentabilidade é quase nada ou nada. Por isso, os investidores buscam outras formas de investimento, especialmente os vinculados ao algum fator risco, que ficam mais interessantes”, explica o economista José Rita Moreira, ligado à Universidade de São Paulo (USP).

Opções

Existem várias formas de investimentos com fator risco, como fundos imobiliários, mercado de ações, em novos negócios e principalmente nas startups. “O número de startups tem crescido ano a ano no Brasil, tornando o campo fértil para quem quer investir em um negócio nascente de base tecnológica. E, ao contrário do que o senso comum aponta, essa é uma atividade possível também para pessoas físicas que desejam iniciar ou diversificar o seu negócio, investindo em empresas com alto potencial de crescimento”, explica João Geroldo, CEO do Sevna Startups, instituição que abriga empresas do setor de tecnologia em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Nesse sentido, as plataformas digitais têm sido um caminho para chegar até as startups, trazendo facilidade aos investidores que buscam novas possibilidades. Existem mais de 20 plataformas que disponibilizam startups para investimentos, de várias áreas.

Fabiano Nagamatsu: investidores têm opções – Foto: Divulgação

De acordo com Fabiano Nagamatsu, embaixador da plataforma UpAngel, responsável por apresentar aos clientes opções de investimentos no setor de startups, o diferencial do serviço é diminuir os riscos de investimento no setor, oferecendo dados e análises que diminuam a chance de perder dinheiro. “Fazemos toda uma análise de risco, seja ela jurídico, tributário, área financeira e principalmente o modelo de negócio para que o investidor comum possa fazer seu investimento. Nosso diferencial é fazer isso de forma clara e transparente, proporcionando menos risco, de uma forma rápida e sem burocracia”, comenta.

Investidor-anjo

Fabiano Nagamatsu comenta ainda que, com R$ 350, qualquer pessoa investir em startups. “É o chamado investidor-anjo, que é quem patrocina novos negócios. Você recebe um percentual da startup, mas não tem nenhuma responsabilidade jurídica sobre a empresa. Com o crescimento do negócio, você recebe o retorno do investimento”, explica.

A rentabilidade é variável e depende, basicamente, do sucesso de cada empresa. “Vai depender muito de cada carteira de investimento e do risco para boa rentabilidade”, informa Nagamatsu, que ressalta, entretanto, que se trata de um investimento de médio prazo. “O ideal é um ciclo de cinco a sete anos, e é possível, em médica, triplicar o investimento”, conta.

O investidor Dario Gouvêa explica que o investimento em startups alia alto risco a possibilidade de altíssimo retorno. “É uma alternativa bem diferente dos demais investimentos financeiros, como em imóveis”, diz. Para ele, trata-se de uma atividade economicamente rentável no médio prazo (cinco a sete anos), inclusive para investidores individuais. “Vou acompanhando o desempenho da startup durante a aceleração e, se percebo que está amadurecendo para escalar bem, entro na sociedade”, diz.

Equity Crowfunding

Já o Equity Crowdfunding, regulamentando em 2017, é uma outra opção para quem busca investir. Disponibilizada na plataforma UpAngel., o sistema consiste em um mecanismo que oferece oportunidades inéditas de investimento online em startups e empresas em expansão. “Você investe em empresas inovadoras e pode acompanhar todo o progresso. Quem aplica nela não recebe uma recompensa, mas sim um percentual da startup ou empresa. O objetivo é levar esse ecossistema para quem gosta de inovação e quer investir, até mesmo pessoas físicas” completa Nagamatsu.

Com o equity crowdfunding, investidores fornecem fundos para uma empresa e recebem uma parte da mesma na forma de participação societária (equity) ou de títulos conversíveis de dívida que, no futuro, podem ser convertidas em participação societária (equity) da empresa investida.