Levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) mostra que a cidade registrou, em 2023, o maior número de contratações e de demissões de fim de ano no setor de comércio e serviços da última década.
A projeção feita pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) aponta que nos últimos meses do ano devem ser gerados 27.069 novos postos de trabalho nos setores de comércio e serviços na cidade. O cálculo é feito com base nos registros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
O saldo geral projetado para o fim de 2023 foi positivo em 625 vagas (contratações menos demissões), mas, em termos líquidos, teve uma contração de 2,7% em relação a 2022, quando o montante final foi de 825 vagas. O acumulado de demissões nestes setores entre outubro e dezembro deve chegar a 26.444.
Considerados os principais empregadores do município, os dois setores registraram em 2023 um crescimento de 6% na criação de postos de trabalho em relação ao ano passado. “Nessa linha, projeta-se que o quarto trimestre de 2023 apresente também o maior número de demissões dos últimos 10 anos analisados, tendo um aumento de 7,1% em relação a 2022”, afirma Livia Piola, analista do IEMB-Acirp.
Piola ressalta que houve uma reestruturação do mercado de trabalho entre 2021 e 2022 em função da pandemia, com importante contração naqueles anos e uma retomada mais consistente em 2023.
“Nesse contexto, vale destacar que os setores de comércio e serviços representam juntos 90% da força de trabalho empregada em Ribeirão Preto, de tal maneira que estes setores são os maiores responsáveis pelas flutuações no mercado de trabalho municipal”, diz a analista.
Os números avaliados indicam ainda que o nível de desemprego na cidade se mantém ligado às mudanças na inflação, o principal fator para a flutuação no número de admissões e demissões no curto prazo.
“Dentre os coeficientes destacados, o único efeito estatisticamente significante sobre a variação de empregos foi a inflação, sendo que o aumento de 1% no nível de preços gera uma elevação de 0,3% no número de admissões no curto prazo, desde que não surja nenhuma outra variação na economia”, pondera Piola.