Quase todo ser humano já teve um bloqueio criativo. Pensar fora da caixa nem sempre é fácil e existem momentos em que a criatividade simplesmente desaparece. Esse momento é conhecido como bloqueio criativo. A psicóloga Juliana Maltoni Nogueira, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo Comportamental da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, explica que o bloqueio criativo pode ser caracterizado pela falta de criatividade ou inspiração para realizar alguma atividade, ocasionando frustração.
A criatividade, segundo Juliana, pode ser interpretada como a habilidade que cada indivíduo tem de pensar fora da caixa. “Nós costumamos pensar que a criatividade é uma habilidade que todos nós possuímos e a gente pode olhar ela dentro do que a gente chama de pensamento criativo”, conta, dizendo tratar-se de maneiras de olhar para o mundo ou resolver um problema de formas diferentes.
Nesse contexto, a psicóloga define o bloqueio criativo como “aquela sensação de que a gente precisa resolver ou quer criar algo, ou sente que está dentro da gente, mas não vem resposta”. A situação, garante, é frustrante, já que aguarda uma resposta que não vem à tona.
Como se livrar
Episódios de bloqueio criativo não acontecem apenas com artistas e podem ser considerados comuns a todas as pessoas, podendo ocorrer em algum momento da vida, seja na atividade de um artista ou em uma simples produção doméstica. E é comum que aconteça, afirma Juliana, pois se trata de “um momento em que a gente encontra dificuldade para se inspirar ou para ter uma nova ideia, ou mesmo para resolver algum problema”.
Para se livrar de episódios de falta de criatividade, diz a psicóloga, é preciso entender que eles podem ser provocados por condições emocionais e físicas, como sentimento de tristeza, ansiedade, cansaço e estresse. No atual contexto de pandemia e isolamento social, adianta, é natural que o aumento dos índices de depressão e ansiedade ocasione episódios de bloqueio criativo. Por isso, a psicóloga indica que cada indivíduo, além de buscar outras fontes de inspiração, se esforce para entender as próprias emoções. Juliana diz que, às vezes, a solução pode ser simplesmente dar uma pausa das atividades e se distrair com hobbies.
Com informações do Jornal da USP