Confira a opinião de cada vereador sobre a construção do novo Centro Administrativo

A obra está suspensa por até 120 dias e movimenta a Justiça; todos os 22 vereadores foram questionados

Novo Centro Administrativo foi planejado em terreno da Av. Cavalheiro Paschoal Innecchi | Foto: Divulgação

Questionada por órgãos comerciais e parte política das recentes legislaturas, a obra do novo Centro Administrativo de Ribeirão Preto está suspensa por até 120 dias. A paralisação ocorreu por ofício do prefeito Ricardo Silva (PSD), assinado na quarta-feira (08). 

A construção, aprovada pelo legislativo em 2019, movimenta o Tribunal de Justiça de São Paulo desde 2024. Já são três ações populares impetradas no TJ.

Todos os 22 vereadores de Ribeirão Preto – que assumiram o posto em 2025 – foram questionados pelo jornalismo do Th+. Confira o que defende cada camarista, por ordem de manifestação: 

Lincoln Fernandes (PL)

“O prefeito Ricardo Silva acerta em suspender. Ninguém quer essa obra faraônica, fruto do desejo de um homem só, no caso, o ex- prefeito. A cidade tem outras prioridades que estão anos luz à frente do que uma “Prefeitura ostentação”

Votei contra tudo o que envolve o Centro Administrativo e por isso aplaudo o prefeito Ricardo por este ato de coragem e justiça social”.

Daniel Gobbi (Progressistas)

“Nossa cidade não necessita, neste momento, de um novo centro administrativo. Acredito que a manutenção dos serviços públicos na região central é essencial para um projeto mais amplo de revitalização do centro expandido de Ribeirão Preto. É crucial que a gestão municipal concentre seus esforços em áreas fundamentais, como Educação, Saúde e Assistência Social.

Enfrentamos, visivelmente, um aumento preocupante no número de pessoas em situação de rua, nossas unidades básicas de saúde estão com longas filas de atendimento e a qualidade da educação tem registrado resultados abaixo da média nacional.

Investir milhões na construção do Centro Administrativo comprometeria a saúde financeira da cidade a longo prazo, sem contar o custo adicional necessário para equipar o prédio após sua conclusão, que pode ser exorbitante. A decisão do prefeito Ricardo Silva de suspender o contrato com a empresa por 120 dias foi, sem dúvida, acertada”.

Daniel do Busão (PL)

“A princípio, a construção de um Centro Administrativo poderia impactar o orçamento municipal, comprometendo a gestão e o atendimento de áreas prioritárias que são de real interesse da população”.

Matheus Moreno (MDB)

“Entendemos que o Centro Administrativo é uma antiga e necessária demanda de nossa Cidade. O Centro tem alguns atrativos, porém, não se pode desconsiderar que tem, também, algumas dificuldades, tanto assim o é que parte relevante dos órgãos municipais hoje está situados foram dele, salvo o Gabinete e Secretarias afins, a Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo e a Secretaria Municipal da Saúde. Coderp, IPM e Sassom.

Porém, entendemos interessante que o Prefeito Municipal, possa levar em conta, enquanto ainda é o momento, repensar a definição do local de implantação do Centro Administrativo, e defendemos que o melhor lugar para ele estar é a antiga área da Cia. Antarctica Paulista em Vila Tibério, que além de ter espaço para recebe-lo, talvez com a mesma formatação pensada para o Jardim Independência, ainda traria uma grande contribuição a revitalização daquela área, hoje abandonada, e por consequência a todos os bairros do entorno: Vila Tibério, baixo Campos Elíseos e Baixada do Centro da Cidade, como qual garantiria proximidade.

Por outro lado, o terreno advindo do Educandário, poderia muito bem, receber outro equipamento de serviço público, da saúde por exemplo, como um AME, uma UPA para toda aquela área do entorno do Aeroporto, uma UBDS, ou outro de igual importância”.

Duda Hidalgo (PT)

“Nos últimos quatro anos construímos um mandato combativo, participativo e popular. Lutamos por uma cidade onde todas as vozes são ouvidas e respeitadas, com decisões baseadas nas necessidades reais da nossa cidade o que nos levou, por exemplo, a combater a construção do novo centro administrativo.

Uma obra de R$ 200 milhões que a prefeitura anterior tentou por de pé sem ouvir a sua população e ignorando questões urgentes como as filas na saúde, o déficit habitacional de quase 40 mil moradias e a falta de investimento na educação, sobretudo na educação especial.

Ainda temos muito trabalho pela frente. Nossa missão é construir uma política inovadora, humana e justa.”

Danilo Scochi (MDB)

“Sou contra a construção do centro administrativo longe da região central de Ribeirão Preto, onde já temos prédios que podem ser adaptados para comportar as secretarias municipais. A cidade precisa sim de um local adequado e digno para receber seus munícipes, desde que seja de fácil e rápido acesso e gere o menor custo possível para a administração municipal.

Não faz sentido investir mais de 170 milhões de reais em uma obra quando a cidade está carente em tantos outros setores. O centro é o melhor local para isso, o que ajudaria inclusive na valorização do comércio local e na requalificação da área, pontos muito importantes para a nossa Ribeirão Preto”.

André Rodini (Novo)

“A construção do novo Centro Administrativo é uma iniciativa essencial para modernizar e organizar a gestão pública em Ribeirão Preto. Com um custo total de R$ 173 milhões, a obra já conta com R$ 86 milhões garantidos pela venda de terrenos, além de previsão orçamentária para sua conclusão. O terreno de 110 mil metros quadrados foi doado pela Fundação, e o valor estimado do patrimônio, ao final, será de R$ 500 milhões.

Além de reduzir custos mensais com aluguéis, a centralização administrativa melhorará a prestação de serviços públicos e beneficiará regiões vizinhas, como a Favela da Locomotiva, promovendo urbanização e impulsionando novos empreendimentos. A obra também abre caminho para que esse patrimônio seja transferido ao IPM, reduzindo aportes anuais feitos pela Prefeitura.

A urbanização e o loteamento desse vazio, fará a arrecadação de IPTU aumentar e por consequência trazer mais saúde financeira para o município. Por todos esses motivos, reforço meu apoio ao projeto, que trará benefícios duradouros para nossa cidade e futuras gerações”.

Rangel Scandiuzzi (PSD)

“O vereador manifesta sua posição contrária à construção do Centro Administrativo de Ribeirão Preto neste momento econômico e social, especialmente em local fora da área central.

A construção do Centro Administrativo de Ribeirão Preto, com um orçamento superior a R$ 173 milhões, levanta sérias preocupações quanto à sua viabilidade, à prioridade de investimentos e ao impacto na identidade e vitalidade da região central da cidade.

Embora a gestão administrativa eficiente seja importante, a gestão anterior deveria ter avaliado se o empreendimento era o melhor no uso dos recursos públicos, considerando o cenário econômico e social. O montante previsto poderia ser investido em áreas essenciais como saúde, educação, assistência social, meio ambiente, infraestrutura urbana e políticas públicas para os animais, esta última uma demanda urgente em nosso Município.

A decisão pela construção do Centro Administrativo realizada na gestão anterior, ocorreu em nosso entendimento sem o devido diálogo e transparência com a comunidade, contrariando princípios democráticos e enfraquecendo a confiança pública. Decisões de grande impacto e custo devem ser amplamente debatidas com a sociedade.

Manter a administração no centro preserva sua identidade histórica, cultural e econômica, fortalece o comércio, promove segurança pública e incentiva a revitalização da região”.

Diácono Ramos (União Brasil)

“Acredito que um Centro Administrativo seja muito importante para uma cidade do porte de Ribeirão Preto; Neste momento, o Centro Administrativo não é a prioridade. Existem outros setores que necessitam de mais investimentos! Em especial a Saúde.

Percebe-se que o Prefeito Ricardo Silva, está percorrendo a cidade e acredito que ele terá sabedoria para destinar o dinheiro público em locais realmente prioritários. O que, neste momento, em minha opinião, não inclua, o Centro Administrativo”.

Bigodini (MDB)

“Apoio a suspensão da construção do novo Centro Administrativo Municipal de Ribeirão Preto, estimada em cerca de R$ 200 milhões, até que sejam apresentados estudos técnicos detalhados que comprovem sua real necessidade e viabilidade econômica. Apesar de ser apresentada como uma solução para centralizar serviços públicos e economizar com aluguéis e outros custos, não há dados claros que justifiquem o investimento nem comparações com alternativas menos onerosas, como a revitalização das instalações existentes.

Além disso, é fundamental considerar o impacto social e urbano dessa obra, especialmente em relação à localização afastada, que pode dificultar o acesso da população aos serviços públicos. Qualquer decisão deve ser baseada na transparência, em análises técnicas robustas e em um diálogo aberto com a sociedade”.

Maurício Gasparini (União Brasil)

“No passado, a construção do Centro Administrativo contou com apoio significativo, mas hoje a realidade é outra. População, comerciantes e importantes instituições, como a ACIRP e o SINCOVARP, defendem a suspensão desse projeto em Ribeirão Preto. O momento exige prioridades claras: investir em saúde, educação e infraestrutura básica. As decisões precisam refletir as reais necessidades da nossa cidade”.

Perla Muller (PT)

“Não tem como apoiar a construção de um Centro Administrativo como autoritariamente colocado pelo ex-prefeito. Olhe para situação atual do Município. As obras de mobilidade urbana em curso demonstram, no mínimo, o caos social e os prejuízos econômicos que a falta de diálogo e planejamento podem causar! Alie-se a isso as dúvidas que pairam sobre a real situação orçamentária do Município. Finalmente, a revitalização do Centro da cidade mostra-se um desafio gigantesco principalmente à luz das novas dinâmicas sociais.

Enfim, por essas – e outras razões aqui não levantadas – é que a construção de um centro administrativo não tem a mínima condição de ser iniciada. Foi uma irresponsabilidade da gestão anterior dar andamento a esse projeto que não dialogou com a sociedade, com os comerciantes do centro, com os servidores, com a Câmara e com os munícipes”.

Os vereadores não citados no texto ainda devem retorno ao jornalismo do Th+. O espaço segue disponível para manifestação, e o texto será atualizado conforme posicionamento de cada político.

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