Você sabe o que significa a palavra independência? Basta uma leve e despreocupada visita ao dicionário (sim, ainda existem dicionários, porque a língua é ativa, ampla e precisa ser exercitada a todo momento) para descobrirmos, de forma fascinante os significados de independência: liberdade, autonomia, autodeterminação. Pode significar também isenção, imparcialidade, neutralidade. Há uma terceira linha de significação: soberania, insubmissão, ausência de subordinação e por fim: bem-estar, fortuna e prosperidade.
Ainda divagando sobre o tempo, tentando entender um pouco de Brasil, onde nos encaixamos num desses termos significantes? Será que somos livres, de fato? Autônomos? Autodeterminantes? Será que nosso tecido social é isento, imparcial, neutro? Temos soberania? Vivemos insubmissos? Estamos ausentes de subordinação? Vivemos o bem-estar? Gozamos de fortuna e prosperidade?
Se levarmos em conta o mundo dos políticos, daqueles que insistem em jogar a verdade para baixo do tapete e enganar e enganar sem dó e piedade, somos um país independente. Mas se abrirmos a cortina da verdade, se buscarmos a luz e a clareza, vamos entender que estamos longe dessa tal independência.
Somos jovens, dirão os mais otimistas. Mas a questão que permanece e entranha é quando iremos trocar esse canal de falácias e dar o verdadeiro voo às estrela e não o voo de Ícaro?
Quando seremos autônomos, autodeterminantes, isentos, imparciais, neutros, soberanos, insubmissos, ausentes de subordinação, afortunados e prósperos? Quando iremos ver ricos e pobres e jamais ricos e miseráveis? Quando teremos chances iguais, com educação de igual qualidade, saúde com a segurança da excelência, segurança com a confiabilidade da isonomia?
Quando sentiremos que a fortuna e prosperidade estarão ao alcance de todos e não de poucos? Quando não pediremos a bênção para outras nações, mas sim daremos nós os caminhos que precisam ser dados? Quando respeitaremos o deus de cada um, entendendo que Deus é singular, mas plural no coração do homem?
Quando leremos na mesma cartilha da ética? Quando estenderemos as mãos para a ternura sem sujá-las de lama? Quando olharemos nos olhos e veremos o outro e não o espelho? Quando não julgaremos em vão? Quando teremos o orgulho de caminhar com o espirito em sintonia com o corpo e nunca separados? Quando será esse quando?
Por enquanto é sonho. Delírio de quem lacrimeja no riacho de um Ipiranga fictício e busca ouvir o grito da verdade. Que sonha em colher a liberdade estampada na vida e não na morte. Liberdade e morte nunca foram companheiras, são inimigas. Traços paralelos. Independência e vida, eis o grito que retumba.