O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para início dos testes clínicos em humanos de uma nova vacina contra Covid-19 desenvolvida no Brasil, chamada de Versamune-CoV-2FC. A vacina foi desenvolvida em Ribeirão Preto por uma startup ligada ao Supera Parque de Inovação e Tecnologia. Em nota, Anvisa confirmou que recebeu o pedido da autorização de testes.
Segundo o ministro, a empresa apresentou à Anvisa dados pré-clínicos de testes já realizados. “Já temos recursos para financiar testes pré-clínicos com 360 pessoas. Nessa fase, são feitos para testar a segurança da vacina. Logo depois, entram testes clínicos de fase 3 com 20, 30 mil pessoas para testar eficácia“, disse Pontes a jornalistas no Palácio do Planalto. O anúncio foi feito ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
O potencial imunizante é resultado de uma pesquisa financiada pelo ministério e coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), em parceria com a empresa brasileira Farmacore, ligada ao Supera Parque, e a PDS Biotechnology.
A vacina
O projeto combina a proteína recombinante do SARS-CoV-2, desenvolvida pela Farmacore, associada ao carreador Versamune, da PDSBiotech, uma tecnologia patenteada para a ativação do sistema imunológico. De acordo com dados da empresa, os resultados pré-clínicos demonstraram potencial “para induzir uma resposta imune ampla e robusta”.
As pesquisas começaram em abril de 2020. Helena Faccioli, CEO da Farmcacore, destaca que a empresa participa ativamente de cada etapa do produto, seguindo diversos protocolos, sem desperdiçar tempo nem recursos.
De acordo com a CEO, “o desenvolvimento local de uma vacina tem potencial de reduzir o custo dos programas de vacinação”.