Cremesp esconde resultado de processo contra médico condenado por estupro

Órgão foi questionado pelo Grupo Thathi se José Rubens Perani Soares teve o registro cassado, mas não respondeu

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) se recusa a informar o resultado de um processo ético-profissional aberto contra o médico anestesista José Rubens Perani Soares, condenado a oito anos de prisão por estupro de vulnerável e que passou quase quatro anos foragido. Ele foi preso no dia 28 de outubro e liberado no dia seguinte, em prisão domiciliar.
A Justiça de Franca considerou Perani culpado por abusar sexualmente de uma paciente que estava sedada para um procedimento na Santa Casa do município. Segundo a denúncia, ele aproveitou o efeito dos sedativos para tocar a vítima – que era menor de idade – nas “partes íntimas”.
Quando o médico foi denunciado à Justiça, o conselho informou ter aberto um procedimento contra ele. Por lei, esses processos correm em sigilo, mas as punições aplicadas devem ter publicidade.
Questionada pelo Grupo Thathi, a assessoria de imprensa do Cremesp declarou apenas que “o médico em questão está com cadastro inativo desde 2013”. A reportagem insistiu nos questionamentos, apontando a existência de matérias da época do crime sobre a abertura dos procedimentos disciplinares. A resposta da assessoria foi direta: “Não temos mais o que falar sobre esse assunto”.
A decisão de suspender o registro profissional do anestesista foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Estado.

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