Delta explode e coloca saúde de Ribeirão em alerta

Oito casos foram identificados em análises feitas pelo grupo SuperAção, do Supera Parque, e, no momento, estão em sequenciamento no hemocentro da cidade.

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Ribeirão tem oito casos da variante Delta na cidade. A informação foi dada pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica, nesta sexta-feira (20). Os casos foram identificados em análises feitas pelo grupo SuperAção, do Supera Parque, e, no momento, estão em sequenciamento no hemocentro da cidade.

Esta segunda etapa de investigação genômica funciona como uma contraprova. Ainda não há previsão para quando os resultados do estudo serão concluídos pela instituição e posteriormente divulgados.

O Supera é responsável pelo diagnóstico molecular das amostras coletadas de pacientes da rede pública de saúde de Ribeirão para identificar se há ou não a infecção pela Covid-19.

O Governo do estado de São Paulo confirmou, no último dia 16, a identificação da cepa indiana em uma trabalhadora da saúde do município de Ribeirão. A informação foi divulgada em nota pela administração estadual após a comunicação da vigilância epidemiológica do município de Serrana.

Isso porque a paciente residia na cidade e possui 30 anos.  Entre os sintomas apresentados estavam dor de cabeça, fadiga, coriza, congestão nasal, tosse seca, dor no corpo, perda no paladar e olfato.

Em decorrência dos fatos, um mapeamento foi feito e nenhum caso sintomático havia sido identificado entre o círculo de contato da mulher. Além disso, como prevenção ela cumpriu isolamento, bem como seus amigos e familiares.

Ribeirão não adere a flexibilização

Na última segunda-feira, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) anunciou que não iria aderir a nova flexibilização do Plano São Paulo anunciada pelo governador João Dória (PSDB). Segundo o chefe do Executivo Municipal a medida vinha com o objetivo de combater o avanço da Delta na cidade.

Dessa forma, os estabelecimentos comerciais da cidade permaneceriam funcionando das 6h às 0h e com 80% da capacidade de ocupação. A medida foi publicada no diário oficial e tem duração até 30 de agosto.

O decreto mantém a proibição de shows e atividades que provoquem aglomeração. No caso de alguns eventos, há a possibilidade de lotação máxima de até 300 pessoas e sem utilização de pista de dança.

Caso a nova flexibilização fosse adotada, os estabelecimentos não teriam restrição de horário e nem ocupação.

O alerta de especialistas

Segundo especialistas ouvidos pelo Grupo Thathi, em matéria divulgada no último dia 2, a pandemia está longe de acabar e a cidade pode ter uma superlotação nas enfermarias. Isso por conta da variante Delta.

Os cientistas basearam suas análises no cenário enfrentado pelo Reino Unido, na qual a nova cepa precisou de apenas um mês para se tornar predominante na Europa. Os EUA também foi atingido e a nova variante responde por 83% dos casos.

Isso porque a capacidade da nova cepa se proliferar é 60% maior que a variante Alfa, que por sua vez, é 60% mais efetiva que a amostra do vírus original.

Para o professor Domingos Alves, da Universidade de São Paulo, a presença da Delta em São Paulo – que já registrou casos de mortes pela variante – pode fazer com que haja uma lotação nas enfermarias. “Já temos transmissão comunitária. Como muitas pessoas já foram imunizadas, a tendência é que elas desenvolvam sintomas mais leves. Não teremos tantas mortes, mas há risco de colapso no atendimento de enfermaria, por exemplo”, afirma.