O verão e o período de férias acabam trazendo mais momentos de exposição ao sol. Com isso, vêm desafios e necessidades de atenção com a saúde da pele. Além da radiação solar, fatores como ressecamento, banhos frequentes, ambientes com ar-condicionado e até acidentes com animais aquáticos podem causar danos cutâneos se não houver cuidado adequado.
Segundo o dermatologista Éderson Oliveira, um dos problemas mais comuns nesse período é a perda de hidratação da pele. O ressecamento pode ser causado tanto pelos danos da exposição ao sol quanto por hábitos frequentes, como banhos de mar e de piscina, além da permanência em ambientes com ar-condicionado. Diante disso, o médico destaca a importância de manter uma rotina adequada, de preferência com orientação de um profissional de saúde.
“Outro ponto pouco lembrado são os acidentes causados por animais aquáticos, como erupções causadas por águas-vivas, espinhos de ouriços-do-mar e ferrões de bagres e arraias, tanto marinhas quanto de água doce”, alerta. Nesses casos, a indicação é buscar atendimento médico para avaliação adequada.
Além do protetor solar
Embora o protetor seja indispensável, o dermatologista explica que outros dermocosméticos também fazem diferença nos cuidados diários com a pele. “Os hidratantes auxiliam muito, mas é importante ter atenção ao tipo do produto e às áreas onde a pele realmente necessita”, orienta.
Ele exemplifica que pessoas com tendência à oleosidade no rosto podem preferir hidratar regiões mais secas, como braços, pernas, mãos e cotovelos. “A hidratação não está contraindicada em indivíduos com pele oleosa, mas deve ser orientada por um especialista para não favorecer o surgimento de acne ou foliculite”, reforça.
O médico ainda cita as águas termais como aliadas durante o verão. “Elas auxiliam no combate a eventos inflamatórios causados por fatores externos, como exposição solar, barbear ou depilação”, afirma.
Diferentes tipos de pele
Segundo Oliveira, os cuidados devem ser ajustados conforme as características de cada pessoa. Para peles oleosas, a orientação é optar por protetores livres de óleo, oil control ou gel creme, dependendo do grau de oleosidade.
Já as peles secas precisam estar mais hidratadas. Para isso, é possível associar os protetores solares indicados para elas ao uso de hidratantes nas áreas realmente ressecadas.
No caso das peles sensíveis, o dermatologista lembra que nem sempre são secas. “Há peles sensíveis com tendência à oleosidade”, explica. Nesse grupo, ele indica a água termal, assim como reforça a importância do uso do produto para todas as pessoas.
Sobre a pele negra, o especialista ressalta que a proteção solar também é necessária. “Existe uma miscigenação considerável na população brasileira, e os cânceres de pele podem ter influência genética. Pessoas negras podem usar protetores com menor fator de proteção, mas não estão isentas do uso, principalmente no verão”, destaca.
Atenção especial às crianças
Já em relação aos pequenos, os cuidados devem ser ainda mais específicos. O dermatologista informa que crianças menores de 6 meses só devem usar qualquer produto sob supervisão médica. “Nessa faixa etária, roupas e chapéus auxiliam na proteção”, orienta.
Para as crianças maiores, o uso de protetor solar é indicado, preferencialmente com produtos orientados por um dermatologista. Em situações de exposição intensa, como praias, piscinas ou viagens longas, a reaplicação deve ocorrer a cada duas horas. O médico ainda alerta sobre o uso combinado de produtos. “Se for necessário passar repelente, o protetor deve ser aplicado antes, não depois”, ressalta.
Cuidados com a pele madura
Entre pessoas idosas, a pele tende a ser mais fina e sensível, o que exige atenção constante. De acordo com o especialista, a hidratação de áreas como braços e pernas auxilia no controle da fragilidade cutânea, condição comum nessa faixa etária.
O uso de protetor solar com fator pelo menos 30, aplicado cerca de 30 minutos antes da exposição, também é recomendado. Além disso, acessórios como chapéus, mangas compridas e óculos escuros são necessários. “Esses cuidados simples ajudam a reduzir o risco de lesões e outros problemas comuns nessa época do ano”, finaliza Oliveira.


