Em plena pandemia, moradores do condomínio Tapajós, no bairro Heitor Rigon, zona Norte de Ribeirão Preto, ganharam uma preocupação extra: o risco de serem despejados. São pelo menos 110 família nessa situação.
A situação chegou ao limite depois de desentendimentos com o condomínio. Os moradores afirmam que as taxas cobradas estão acima do combinado. O condomínio, por outro lado, entrou com a execução das dívidas, o que levou muitos imóveis a leilão.
“Eu morava la na favela do Simioni, em uma área de risco, ai mandaram uma carta para a gente dizendo que nos mudar para esse apartamento seria uma melhoria, que nós ganhamos uma casa. Eu disse que não tinha condições”, conta a mulher que não quis se identificar.
Segundo ela, o combinado foi uma prestação na casa dos R$ 100. “Mas agora, depois que me mudei, o valor subiu para mais de R$ 200, somente o valor do condomínio. Depois vem o acordo e a prestação, então as vezes preciso deixar de pagar a prestação para pagar o condomínio”, conta.
Outra moradora afirmou que recebeu uma carta de despejo, onde teria que deixar o apartamento em 15 dias.
“Recebi uma carta de despejo, está aqui, dizendo que em 15 dias eu preciso sair daqui. Fui no meu trabalho, pedi conta para ver se conseguia bater um pouco dessas dividas. Eu vim para o apartamento no final de 2017, e tem dividas de 2016, incluiu tudo para eu ter que pagar, nós não temos que arcar com essas dividas antigas, sendo que eu nem estava aqui.”
Outro lado
A administradora do condomínio entrou em contato com Diego Marques, advogado da M2 administradora de condomínios, e informou que o problema no condomínio Tapajós já acontece há sete anos, desde quando foi inaugurado. Muitos moradores nunca pagaram o valor do condomínio, que, hoje está na média de R$ 160. O problema foi agravado na gestão de alguns síndicos, que deixaram dividas acumuladas.
Segundo o advogado, de um total de 288 famílias, 110 tiveram de ser acionadas na justiça por inadimplência. A administradora afirma que abriu seis oportunidade de renegociação da divida e somente 44 proprietários fizeram o acordo, os demais já afirmaram que não conseguem pagar e deverão ser acionados na Justiça.
No momento ninguém será despejado, mas a Justiça pode determinar a avaliação do imóvel seguida de leilão e desocupação, dentro dos trâmites legais nesses casos.