A Central de Monitoramento da Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto, que reúne 85 revendedores da cidade e região, apurou tendência de alta no preço dos combustíveis.
Nos últimos 15 dias, o litro do etanol já acumula uma alta de 8% no preço das usinas para as distribuidoras, fato que pode se refletir nas bombas ao longo dos próximos dias uma vez que as distribuidoras já estão vendendo mais caro para os postos revendedores de Ribeirão.
A projeção é de que o preço suba, em média, R$ 15 centavos por litro, para o etanol, de R$ 10 centavos por litro para a gasolina, lembrando que a gasolina possui 27% de etanol em sua composição.
Segundo Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos RP, a origem desse movimento de mercado está na disparada do dólar que, nesta terça-feira (2), bateu em R$ 5,66.
“Com a alta do dólar, a exportação de açúcar ficou mais rentável para o setor sucroenergético. Com isso, as usinas passaram a produzir mais açúcar e reduziram a produção de etanol. Com produção menor e demanda em alta, os preços praticados pelas usinas variaram para cima e geraram o chamado ‘efeito cascata’”, explica.
A tendência é de que os postos repassem a variação para as bombas na medida em que receberem novas remessas, das distribuidoras, com o preço maior.
Conforme dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, no Brasil em relação ao mercado internacional, já é respectivamente de -17% e -15%, nos polos da Petrobras.
“Por enquanto a estatal está conseguindo bancar essa diferença para tentar manter artificialmente a estabilidade nos preços internos. Resta saber até quando a Petrobras vai aguentar”, finaliza Roca.