O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), deve anunciar nesta quinta-feira (31) a desistência da candidatura à Presidência da República nas eleições de outubro deste ano. O assunto está sendo tratado por lideranças tucanas na capital paulista, entre eles o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira.
Ele venceu as prévias do PSDB em primeiro turno no fim de novembro de 2021. Na época, ele obteve mais que a maioria dos votos e superou o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
A disputa foi marcada por divergências entre os pré-candidatos, que dividiram posições dentro da legenda. Ao longo da pré-campanha, Doria e Leite trocaram farpas, e a demora para a conclusão da votação acabou agravando a crise entre os governadores.
Leite, entretanto, vem mantendo a disposição em concorrer à presidência da República. Ele chegou a negociar uma ida para o PSD, de Gilberto Kassab, mas, após uma carta de tucanos tradicionais, decidiu permanecer no PSDB .
No final da semana passada, ele deixou o cargo de governador do Rio Grande do Sul e, no início desta semana, disse que respeita as prévias do PSDB, mas que elas não podem servir como corrente para o partido.
Climão
O governador comunicou o vice, Rodrigo Garcia (PSDB), de que desistiria de disputar a Presidência na tarde de quarta-feira (30). Desde então, tem sido alvo da ira de correligionários de Garcia, que chegaram inclusive a ameaçar protocolar um pedido de impeachment do até agora governador se ele permanecesse à frente do Estado. O prazo para que políticos deixem os cargos para se candidatarem termina amanha.
O PSDB chegou a emitir uma nota oficial dizendo que o candidato do partido à Presidência será João Doria, mas o governador nçao confirmou se irá concorrer. Garcia, por sua vez, afirmou que deixa o cargo de secretário de Doria neste dia 1º – seja para ser candidato a governador ou não.
A última pesquisa Datafolha, feita em 22 e 23 de março, simulou dois cenários da disputa presidencial com a presença de Doria no 1º turno. Em ambos, ele tinha 2% das intenções de voto na pesquisa estimulada (em que os nomes são apresentados aos entrevistados) – percentuais ainda menores do que ele havia registrado numa pesquisa feita em dezembro.