A distorção idade-série é o indicador educacional que mostra o percentual de alunos, em cada série, que têm idade acima da esperada para o ano em que estão matriculados. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2019, a taxa de distorção para o ensino fundamental ficou em 16,2% e para o ensino médio foi de 26,2%.
Em entrevista ao programa Mentoria Ribeirão da última quinta (08), Felipe Elias Miguel, secretário municipal de educação, falou sobre os números do município. “Ribeirão tem mais de 25% dos alunos do 9º ano com defasagem de 2 anos ou mais de distorção de idade-série. Então, o aluno tem 2 anos ou mais da idade desejada para aquele ano”, reforça o secretário.
O motivo deste atraso, segundo Felipe Elias, é a reprovação excessiva que foi feita quando não era em função da avaliação especificamente do aluno e sim por projeção de salas.
Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Conselho Nacional de Educação criticou a taxa de distorção idade-série de Ribeirão. “É inaceitável uma cidade como Ribeirão, rica e desenvolvida, com índice de 25%. É uma das piores do Brasil. Isto é um escândalo nacional. Eu estou indignada e chocada”, diz Maria Helena.
Em comparativo com outras realidades, este dado torna-se mais preocupante. Na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a taxa média de distorção idade-série é de 4%, considerando os 80 países do PISA. A presidente culpa a gestão pela discrepância das taxas. “O atraso escolar é o principal indicador do atraso da gestão da educação”, dispara Maria Helena.