Em pouco mais de sete minutos, a primeira reunião do Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto, que decide a cassação de Bigodini (MDB), escolheu o vereador Jean Corauci (PSD) como relator da causa.
O presidente do Conselho, Diácono Ramos (União), afirmou não acatar o pedido de impugnação, determinando a coordenadoria jurídica como responsável pela decisão do ato.
“Esse documento protocolado será encaminhado à coordenadoria jurídica da Câmara Municipal. Nesse momento, eu não acato esse pedido de impugnação. Daremos prosseguimento ao rito e caberá a coordenadoria jurídica da casa decisão em contrário de tudo que foi falado”, disse Diácono. “Estamos aqui para agir de forma imparcial”, continuou.
A mesa também solicitou a expedição de ofício à Delegacia Seccional e ao Ministério Público, solicitando informações sobre eventuais fatores que motivaram a representação contra o vereador Bigodini.
O pedido de cassação foi aprovado durante a Sessão Ordinária desta quarta-feira (01), por 19 votos. O requerimento, executado por um popular, foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara em 30 de setembro e acusa quebra de decoro parlamentar “com base em confissão de prática de crime contra o Código de Trânsito Brasileiro”.
O Conselho de Ética é presidida pelo vereador Diácono Ramos (União). Também participam: Franco Ferro (PP) – Vice-presidente; Jean Corauci (PSD) – Membro relator; Brando Veiga (REP) – Membro; Maurício Vila Abranches (PSDB) – Membro.
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O caso
O vereador Bigodini (MDB) ocupava um veículo que, na madrugada de domingo (28), colidiu contra uma árvore da avenida do Café, em Ribeirão Preto. Um poste também chegou a ser atingido de raspão.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, uma mulher de 29 anos teria se apresentado como condutora do veículo. Mesmo sem qualquer sinal de embriaguez, a suposta motorista não apresentou a Carteira Nacional de Habilitação, por não possuir o documento.
A afirmação, entretanto, foi contestada por vídeos amadores publicados nas redes sociais. Nas imagens, após o acidente, Bigodini aparece deixando o banco do motorista do carro, enquanto a mulher desce pelo lado passageiro do veículo. As imagens são investigadas.
Os dois envolvidos se recusaram a realizar o teste do bafômetro. O veículo foi removido por um guincho particular e está a disposição da perícia.
O caso foi registrado como dirigir sem permissão ou habilitação e permitir direção de veículo automotor a pessoa não habilitada.
No dia seguinte ao acidente, o político apresentou um atestado psiquiátrico e está afastado do gabinete por quatro dias.



