O empresário Mateus José Andrade foi preso em Ribeirão Preto na manhã desta sexta-feira (28), durante a Operação Fake Money deflagrada pela Polícia Federal e pela Receita Federal. Além dele, mais quatorze pessoas foram presas em Araraquara, Descalvado, São José do Rio Preto, Mirassolândia, Osasco, Barueri, São Paulo, Uberlândia e Curitiba.
Segundo a PF, o grupo estaria envolvido em um esquema de fraude formado por advogados, empresários e contadores que realizavam o comércio de créditos tributários baseados em títulos da dívida pública prescritos ou falsos para empresas compensarem seus débitos perante o Fisco federal. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 5 bilhões.
Em 2016, Andrade já havia sido alvo de uma investigação semelhante, chamada Operação Pirita, que recolheu documentos no escritório dele, o J. Andrade Assessoria Administrativa. A suspeita era de sonegação de R$ 5,5 milhões em tributos, a partir do uso de títulos da dívida pública falsos.
Agora, as investigações da Fake Money apontam a mesma fraude. O inquérito policial começou em 2016 e mostra que os criminosos ofereciam tais créditos para empresas os utilizarem na compensação de débitos junto à Receita Federal.
Para convencer eventuais compradores, os investigados elaboraram uma cartilha contendo informações inverídicas sobre a validade dos créditos, atribuindo falsamente referidas informações à Secretaria do Tesouro Nacional. Até o momento, três mil empresas foram identificadas como vítimas do esquema criminoso, de acordo com a Polícia Federal.
As investigações seguem na identificação e fiscalização de todas as empresas que realizaram compensações com os créditos tributários falsos. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O advogado de Mateus José Andrade, Aurélio Pajuaba Nehme, afirmou que ainda não teve acesso ao processo e não fez outras declarações. Andrade deve ficar preso preventivamente até o julgamento do caso.