O empresário José Renato Cabrera, que denunciou um suposto esquema de direcionamento na dispensa de licitação que fechou o contrato de aluguel de quatro ambulâncias por R$ 1,1 milhão, prestou depoimento, nesta terça-feira (12), à Polícia Federal em Ribeirão Preto.
Segundo apurado pelo Grupo Thathi de Comunicação, o empresário entregou uma série de documentos e reiterou as acusações, feitas pela primeira vez em entrevista concedida ao Grupo Thathi. Nesta segunda-feira (11), a PF realizou busca e apreensão de documentos na Secretaria de Administração, na empresa vencedora da licitação, a SOS Assistência Familiar, e a na casa de um dos sócios, apontado como cabo eleitoral e amigo do prefeito Duarte Nogueira (PSDB).
“Eu tenho uma informação, e vou passar à Polícia Federal, que mostra que a coisa é bem pior do que tudo que já foi falado. Não tenho medo de falar, mas primeiro preciso falar com os delegados”, disse o empresário, que prometeu dar detalhes da denúncia assim que terminar o depoimento, o que deve ocorrer no fim da tarde de hoje.
A PF já ouviu parte dos envolvidos no caso e chegou a realizar operações de buscas por documentos. A investigação foi iniciada pela PF por conta da origem das verbas de combate à pandemia, que são, em grande medidas, federais.
Em nota, o prefeitura informou, ao comentar as apreensões de documentos, que “contribui integralmente com os órgãos competentes, em especial a polícia Federal e já apresentou todas as informações solicitadas” e que “apoia a ação da PF para que se comprove a lisura no certame do contrato dos veículos, realizado com total transparência, pela Secretaria de Administração”.
Denúncia
A denúncia original sobre o caso foi feita pelo empresário José Renato Cabrera, , denunciado com exclusividade no programa Interação, que apresentou proposta derrotada para executar o serviço, o processo foi completamente irregular, com contatos inadequados entre funcionários da prefeitura e a empresa vencedora. “Eles trocaram e-mails durante o fim de semana, a funcionária conversou com o dono da empresa vencedora por Whatsapp”, disse empresário, que apresentou provas da comunicação.
Ainda segundo Cabrera, o processo foi direcionado para beneficiar a empresa SOS Assistência Médica, cujo proprietário possui relações pessoais com Duarte Nogueira. “Eles são irmãos de maçonaria. Essa licitação foi acertada dentro da maçonaria, e muita coisa errada aconteceu nesse processo”, disse.
A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o caso chegou a descobrir, inclusive, que a SOS Assistência Médica não tinha, entre seus negócios, de acordo com o registro federal, a locação de ambulâncias, o que poderia indicar mais uma irregularidade no processo.
O caso é investigado pelo Ministério Público de São Paulo e também pelo Ministério Público Federal, que encaminhou pedido para que a Polícia Federal investigue o caso.
Com informações de Corrêa Junior