Estamos em outubro. Ano de Copa do Mundo, mas nem tudo é futebol.

No Brasil, os meses anteriores mais recentes foram de grande tensão e acirramento por posicionamentos políticos.

Uns utilizando de todos os meios que possuem para alarmar e tentar impedir que conceitos políticos de “esquerda” e progressistas sejam implementados no País; outros, também se valendo de tudo que têm à disposição alarmam e tentam impedir que conceitos políticos de “direita” e conservadores ganhem força no Brasil. Ambos os lados se compreendem democráticos e titulares do melhor e único caminho para o Brasil.

No âmbito internacional, uma das grandes potências nucleares promove ação militar em território de um país geograficamente próximo para tentar derrubar o governo atual e fazer retornar o anterior que era alinhado aos seus interesses. O país invadido não possui armamento nuclear e tampouco condições militares da mesma grandeza que o da força invasora.

Instalada enorme tensão entre grandes potências, estão bem delimitadas as posições de países relevantes política e militarmente, porém a ONU não vem conseguindo sucesso para frear a escalada militar e iminente possibilidade de conflito direto entre potências nucleares.

Sobre os acontecimentos internacionais, o Brasil se posiciona de modo tímido e, de certa forma, dúbio.

A escalada da tensão interna é nítida e indisfarçada. Os mais radicais preveem cenários apocalípticos se seu lado não triunfar e contaminam e dividem boa parte da sociedade. Aglomerações e passeatas de milhares de pessoas se formam em defesa e apoio aos “direitistas/conservadores” e aos “esquerdistas/progressistas”.

O cenário narrado é de outubro, porém, de 1962, momentos de maior tensão interna e externa que se tinha memória, pelo ápice da crise dos mísseis em Cuba e com João Goulart na presidência da república após a renúncia de Jânio Quadros.

Em outubro de 2022, pode-se cogitar que estamos vivendo situação análoga, porém como em uma imagem de espelho.

No Brasil de 2022 a “direita/conservadora” está no poder, em 1962, seria a “esquerda/progressista”.

 

Internamente, o radicalismo nas palavras, pronunciamentos e argumentos desonestos e até falsos permeiam as ações e manifestações de apoiadores dos candidatos que concorrem no segundo turno das eleições para Presidente da República.

Internacionalmente, em 1962, os EUA, “democrático”, invadiram Cuba para substituir o governo em exercício por outro mais alinhado aos seus interesses e a União Soviética e seus aliados do Pacto de Varsóvia passaram a fornecer armamentos e suporte para Cuba; em imagem espelhada, em 2022, para os mesmos fins pretendidos pelos EUA há 40 anos atrás em relação a Cuba, temos a autocrática Rússia invadindo a Ucrânia que passa a receber armamento e suporte dos EUA e de países membros da OTAN.

No âmbito internacional de outubro de 1962 obteve-se uma solução para evitar um conflito localizado que tenderia a ser mundial e apocalíptico, por concessões recíprocas das duas grandes potências nucleares que passaram a ter maior possibilidade de interlocução por seus máximos mandatários.

No Brasil, nos momentos e anos seguintes a 1962, o radicalismo e falta de habilidade e honestidade nas narrativas e interlocuções se mantiveram até culminarem com o início do regime militar em 31 de março de 1964. Pelo que se vê, em 2022 temos as mesmas posturas radicais e alarmistas de lado a lado.

Que os caminhos e soluções internacionais de 1962 permeiem, inspirem e se  façam valer em 2022!

Que os caminhos e soluções internos de 1962 não inspirem ou tenham lugar em 2022 ou em qualquer tempo futuro!

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