Estudo alerta para baixa arborização no Centro de Ribeirão Preto

Pesquisa "Requalifica Centro", da Acirp e do IPCCIC aponta que apenas 23,3% dos imóveis da região têm árvore na fachada

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Praça XV de Novembro, no Centro de Ribeirão Preto | Foto: Melo de Carvalho (Grupo Thathi)

Perto da data em que se celebra o Dia da Árvore (21 de setembro, sábado), a pesquisa Requalifica Centro, conduzida pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) e o Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais (IPCCIC), faz um alerta sobre a carência de arborização na região central do município.  

O levantamento, que analisou 3.466 lotes em 177 quadras do quadrilátero central, revela que apenas 23,3% dos imóveis (concentrados principalmente no quadrante sul da região) possuem árvores em suas fachadas.  

A baixa arborização impacta diretamente o clima e a qualidade de vida no Centro. A urbanista Marcela Cury Petenusci, do IPCCIC, explica que a região carece de espécies de porte adequado, o que compromete tanto a quantidade como a qualidade da vegetação. “O que temos hoje, em sua maioria, são arbustos e ciprestes que não proporcionam sombra nem trazem melhoria das condições ambientais”, afirma. 

Para a analista do departamento de Relações Institucionais da Acirp, Nathália Balzuweit Lopes, a baixa quantidade de árvores no perímetro central aumenta a sensação de calor e compromete a mobilidade dos pedestres. “O plantio de árvores ajudaria a criar um ambiente mais confortável, com temperaturas mais amenas e um ar mais limpo”, diz.  

Impulso para a economia

A arquiteta e urbanista especialista em resiliência climática urbana, co-fundadora e presidente do Instituto Ribeirão Menos 3 Graus, Carla Meirelles Roxo, reforça os múltiplos benefícios que uma arborização adequada traria. “São inúmeros ganhos, tanto ambientais quanto econômicos e para a saúde. A vegetação colabora com a redução da poluição visual, atmosférica e sonora, questões graves na região central. 

Além disso, a arborização pode ser uma ferramenta de requalificação urbana, atraindo mais pessoas para o local. As pessoas tendem a frequentar mais os espaços com árvores e sombra”, comenta. Ela também aponta que a redução da temperatura, atrelada à melhoria da qualidade do ar e do conforto visual, atrairiam mais clientes e moradores para o Centro, contribuindo para a revitalização e segurança da região. 

Na visão da urbanista Marcela Petenusci, para transformar a qualidade ambiental do Centro é necessária uma remodelação total de projetos de arborização que incluam um planejamento adequado do plantio e manutenção das árvores. “Precisamos de uma arborização adequada, com espaço para o desenvolvimento das árvores, considerando elementos da paisagem urbana como os cabeamentos aéreos. Existem várias estratégias e modelos de arborização eficientes a serem utilizados nestas situações”, afirma.