Um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Unesp, dos câmpus de Presidente Prudente e Botucatu, fez o mapeamento das rotas de dispersão do novo coronavírus no Estado de São Paulo e indicou “cidades-polo” que necessitam de estratégias de isolamento social efetivas para que haja uma redução da propagação do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, pelo interior do estado. Ribeirão Preto está entre as mais problemáticas do Estado, de acordo com os pesquisadores.
A pandemia de Covid-19 avança rumo ao interior paulista e já atingiu oficialmente cerca de 20% dos municípios de São Paulo, segundo o boletim da Secretaria de Estado da Saúde divulgado em 7 de abril. Nesta quarta-feira (8, o governo estadual fez um apelo para que a população mantenha o isolamento social, em atendimento ao decreto da quarentena, e não faça viagens desnecessárias na Semana Santa –a Páscoa será no próximo domingo.
Pelo estudo da Unesp, os centros de maior risco para a propagação do coronavírus no estado são, além da capital paulista: Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Marília, Piracicaba, Santos, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Votuporanga.
“Existe uma difusão hierárquica do vírus, indo de cidades maiores para menores. Não adianta olhar só para o tamanho da população, mas também a influência econômica e social das cidades na região em que estão”, afirmou à Folha de S.Paulo o geógrafo Raul Guimarães, docente da Unesp em Presidente Prudente.
Professor
O professor integra uma iniciativa recém-lançada de pesquisadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) para análise e mineração de dados referentes à disseminação do novo coronavírus no interior paulista, chamada Radar Covid-19. A ideia principal é colaborar com a antecipação de ações para combater a propagação da doença. O grupo baseado na FCT-Unesp é multicâmpus.
“Temos estudado na Unesp, junto com modeladores matemáticos e geógrafos da saúde, os modos de dispersão (da doença) no Estado de São Paulo e percebemos que algumas cidades-polo precisam de um isolamento ainda maior, de forma a reduzir a interiorização desse vírus e a sua dispersão pelo estado”, afirmou no início da semana o professor Carlos Magno Fortaleza, epidemiologista da Faculdade de Medicina da Unesp, no câmpus de Botucatu, que também participa do trabalho.