Durante o programa Larga Brasa desta quinta-feira (16), Antonio Carlos Morandini entrevistou Luiz Fernando Pancini Nunes, ex-agente da Polícia Federal e proprietário de uma consultoria de segurança. De forma exclusiva, foi noticiado um golpe milionário envolvendo produtores de café de Altinópolis-SP e o desvio de diversas sacas.
Conforme relatado, o representante, cuja identidade não foi informada, fazia o armazenamento das safras de café em depósitos diversos instalados no município, localizado a 67,2 km de Ribeirão Preto. Pequenos, médios e grandes produtores utilizavam o espaço de armazenamento do café.
Sem o conhecimento dos proprietários, as safras eram comercializadas de forma independente pelo sujeito. Durante operação da Polícia Civil, nesta quinta-feira (16), os agentes constataram estoques zerados em cinco galpões. A instituição de segurança pública foi indagada pelo Th+ sobre o ato, mas a PC não retornou até o momento.
De acordo com Pancini, muitos produtores desejam armazenar o produto em suas próprias fazendas, porém a falta de segurança impede a concretização do desejo.
“Com medo de deixar na fazenda, (o produtor) armazena em grandes depósitos, mas ele tem que se calçar a documentação e saber da idoneidade desses depósitos. A nota de saída da fazenda, a nota de entrada nos depósitos cafeeiros, sempre produzir amostras e ficar atento”, explica.
Ainda de acordo com o ex-agente federal, o diálogo é fundamental. “Muitos dos pequenos produtores tinham noção de que alguma coisa poderia estar acontecendo, mas não se conversaram. Isso gerou um grande prejuízo para a sociedade de Altinópolis e região”, continua.
O responsável pelos depósitos não foi localizado pela polícia até o momento. “Ele lesou o patrimônio e a vida de muitas famílias que dependiam desse café para sobreviver talvez pelo resto da vida”, argumenta.
Sobre a quantidade de café desviado, Pancini afirma que 20 mil sacas estavam armazenadas no local. Uma saca de café custa hoje R$ 2.276,01, e o prejuízo é calculado em R$ 40 milhões. “Tinha gente com 20 sacas, mas tinham outros com 10 mil sacas. O montante é gigantesco”, explica o ex-policial.
Na íntegra, confira a entrevista completa: