A primeira referência que vem à mente quando vemos Blazing Chrome, com certeza é a série Contra. Afinal, ele é um Run and Gun com visual em Pixel Art que lembra os clássicos do Super Nintendo. Mas basta começar a jogar para perceber que o jogo faz muito mais do que apenas homenagear a série da Konami. O que, aliás, ele faz muito melhor do que o último Contra que foi anunciado durante a E3.
Blazing Chrome é produzido pelo JoyMasher, um estúdio independente de Curitiba. E eles são especialistas em recriar a atmosfera de jogos retrô, com uma jogabilidade mais sólida do que era comum na época. O currículo do estúdio conta com outros dois títulos do mesmo calibre: Oniken e Odallus: The Dark Call.
Os robôs praticamente dominaram o mundo, e a única coisa entre eles e a extinção da humanidade é a Resistência. E cabe à soldado Mavra e ao robô reprogramado Doyle uma última missão suicida para talvez salvar o planeta!
Desafio equilibrado
E dizer que essa será uma missão difícil não é só um clichê de sinopse do jogo. A outra coisa pela qual os jogos da JoyMasher são famosos, é pelo seu alto nível de dificuldade. E em Blazing Chrome não é diferente, pode confiar, você vai perder algumas vidas mesmo jogando no fácil. Mas dificilmente você sentirá que morreu de forma injusta, como eu disse a jogabilidade é bastante precisa, e o design das fases também é muito bem planejado.
Cada um dos níveis faz um ótimo trabalho em te ensinar sobre os obstáculos e inimigos que você enfrentará de forma simples antes de começar a misturar e complicar as coisas. E vai por mim, elas ficam bem complicadas.
Mas o sistema de checkpoints é generoso o bastante pra não tornar a dificuldade frustrante, e o ritmo das fases também te mantém preso no jogo. Freqüentemente você irá encontrar mechas para pilotar, ou veículos que mudam bastante a dinâmica da ação. Isso sem falar nos chefes, que incluem até algumas criaturas meio mecânicas meio orgânicas.
Conteúdos Extras
Completar o jogo pela primeira vez não significa que não há mais o que explorar. Há bastante conteúdo para ser desbloqueado! Primeiro, ao terminar no normal, você libera um nível de dificuldade extra. Além de começar com menos vidas, ele desabilita a opção de salvar a partida. Ou seja, você deve terminar o jogo de uma só vez. Um bom desafio para speedrunners.
Além disso, existem dois novos personagens Suhaila e Raijin, que são focados em combates a curtas distâncias. Isso significa que você deve repensar sua abordagem na hora de enfrentar os inimigos. E por último, mas não menos importante, você libera os modos Boss Rush e Espelho. No primeiro, você testa novamente suas habilidades contra os principais chefes de todas as fases, tentando fazer o menor tempo possível. Já no modo Espelho você passa por versões invertidas das fases.
Um show de arte retrô
Os visuais de Blazing Chrome falam por si mesmos. Pixel Art feita da melhor forma possível, recriando o estilo dos clássicos de 16 bits, mas com uma personalidade própria, sem se tornar genérico. O destaque fica para os cenários, que tem alguns easter eggs, incluindo referências a outros jogos brasileiros.
E não podemos deixar de falar da trilha sonora. Ela não só combina perfeitamente com a ação, mas também traz suas próprias referências. Em certos momentos é impossível não querer dar uma pausa na ação, e ficar parado, só escutando a trilha de algumas fases.
Então, para encerrar, se você viveu a era dos 16 bits, jogar Blazing Chrome é como voltar a um daqueles domingos em que você acorda antes da família inteira e corre para o videogame para aproveitar aquela fita que você alugou durante o fim de semana. Mas mesmo quem não é dessa época vai encontrar algo para se divertir aqui, seja pelo visual, jogabilidade frenética ou por encontrar um jogo moderno que não tem medo de ser realmente difícil.
Confira o review em vídeo que fizemos lá no canal do Pixel Café no Youtube: