Governo de São Paulo destina 58 respiradores para as regiões de Ribeirão Preto e Franca

Informação foi confirmada pelo governo do Estado; falta de profissionais capacitados, entretanto, persiste

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Hospital Santa Lydia, em Ribeirão Preto - Foto: Divulgação.

O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (10) o envio de 58 respiradores para a Santa Casa de Franca (37), além de 21 para hospitais de Ribeirão Preto. A intenção é aumentar o número de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) das regiões, que estão praticamente sem vagas.

Esse incremento na capacidade hospitalar é fundamental para garantir atendimento aos pacientes graves atingidos pelo novo coronavírus, especialmente nas Diretorias Regionais de Saúde (DRs) que estão classificadas na fase vermelha do Plano São Paulo. Atualmente, Ribeirão Preto apresenta 88% de taxa de ocupação de leitos de UTI e Franca está com 85%.

O caso de Franca é ainda mais grave. A ponto de uma decisão judicial impedir que o governo do Estado envie para a cidade qualquer paciente. A Santa Casa, que concentra os pacientes com covid-19, não tem leitos de UTI desde terça-feira.17

“Seguimos avançando com o Plano São Paulo. Essas regiões conseguem hoje ter uma melhora nos seus cenários e, para que sigam assim, é fundamental que possam seguir com responsabilidade, seguir cumprindo as regras do plano, para continuar tendo essa melhora na evolução do quadro da pandemia no estado de São Paulo”, afirmou o Secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. A informação, entretanto, foi negada pelo Hospital São Lucas, que informou que não irá receber qualquer respirador do governo do Estado. 

As regiões que seguem na fase vermelha estão recebendo investimento do governo do Estado para aumentar a sua capacidade hospitalar. A DRS de Campinas, por exemplo, ganhou essa semana um reforço na sua rede de atendimento com a destinação de leitos do hospital de Campanha do Ibirapuera para atender pacientes dessa região, preferencialmente, e de outras regiões do estado de São Paulo, se necessário.

No estado de São Paulo, o número de leitos de UTI mais do que dobrou – passou de 3,6 mil para 8,1 mil, que contaram com mais de 2,4 mil novos respiradores destinados a serviços do SUS de São Paulo.

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Respirador – foto: Reprodução

O governo do Estado não anunciou, entretanto, investimentos na contratação de pessoal capacitado para atuar nos novos leitos de UTI a serem criados nas regiões. Profissionais da área da saúde já disseram, inclusive, que a falta de profissionais capacitados é um dos principais problemas, na região, para a ampliação do número de vagas.

Foi o caso de Benedito Maciel, superintendente do Hospital das Clínicas. Ele declarou que, ainda que Ribeirão tenha estrutura física e equipamentos para abrir novos leitos, faltam profissionais capacitados.

“Resta, agora, a gente conseguir conciliar o pessoal necessário. Estamos fazendo um remanejamento de médicos de outras especialidades para dar apoio nessas áreas, mas precisamos de médicos que tenham treinamento específico em terapia intensiva para ser incorporados. Estamos em buscas dessas contratações. O mesmo em relação ao pessoal de enfermagem”, afirmou, em entrevista exclusiva ao Grupo Thathi de Comunicação no fim de junho.

Errata: O governo do Estado informou, em nota, que seriam enviados 15 respiradores ao Hospital São Lucas e seis ao Santa Lidya. A assessoria de imprensa do São Lucas entrou em contato com o Grupo Thathi e negou a informação, afirmando que não iria receber nenhum respirador do governo estadual. Procurado, o governo do Estado não se pronunciou sobre o assunto, mas modificou a informação original, excluindo o nome dos hospitais de Ribeirão que receberiam os equipamentos. A informação foi atualizada.