Durante discurso contrário à concessão do título de cidadão ribeirãopretano ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – aprovado por 17×4 durante sessão ordinária desta quinta-feira (20) – a vereadora Duda Hidalgo (PT) acusou suposta dificuldade no acesso ao plenário por simpatizantes de esquerda.
De acordo com a vereadora, a segurança da Casa de Leis estaria dificultando a entrega de senhas para o acesso do público de seu lado político. “Tentaram fazer esse espaço menos democrático do que ele merece ser”, lamentou Hidalgo.
A distribuição de senhas acontece em sessões com maior projeção de público. A medida visa evitar a superlotação do plenário e a ordem. Conforme apurado pelo jornalismo do Th+ Portal, as senhas foram esgotadas e 243 civis testemunharam a sessão – o número representa a lotação máxima da sala. 27 guardas atuaram na sessão ordinária.
“Algo muito grave aconteceu hoje. Os manifestantes de esquerda estavam sendo barrados de adentrar ao plenário. Os nossos militantes estavam sendo barrados na porta deste prédio enquanto distribuíam um malote com senhas. Essa é uma casa do povo”, continuou Duda.
“Quem tem medo de ouvir o povo, não deveria ser vereador”, continuou. “As pessoas que estão aqui têm todo direito de ocupar esse espaço. Esse espaço é da nossa população e sustentado pelo nosso povo”, finalizou.
Em nota, a vereadora disse que “ontem, presenciamos uma tentativa escancarada de restringir a participação popular. Enquanto apoiadores do Bolsonaro recebiam senhas livremente distribuídas por uma pessoa na porta da Câmara, manifestantes contrários foram barrados na porta, sem qualquer justificativa.
Só depois de muita pressão e da ameaça de registrar um boletim de ocorrência foi garantido o direito de todos entrarem. E o mais irônico? Mesmo depois da liberação, a Câmara não chegou à lotação máxima, provando que o bloqueio não tinha justificativa.
A Câmara não tem dono! Não vamos aceitar que a Câmara seja tratada como palco de um só lado. Ela pertence a todas as pessoas, independentemente de posição política. Nosso compromisso é com a democracia e com o direito de todas as vozes serem ouvidas”, concluiu.
O vereador Isaac Antunes (PL), presidente da Câmara e autor do Projeto de Decreto Legislativo, rebateu a acusação de Hidalgo. de forma exclusiva ao Th+ Portal, o vereador alegou que “o choro é livre” e que “ninguém foi favorecido”. Confira na íntegra:
“As senhas foram distribuídas atendendo à necessidade de segurança da Casa. Havia manifestantes dos dois lados, o que significa que ninguém foi favorecido. Infelizmente, quem perde no voto sempre arruma desculpa pra justificar porque perdeu.
Com isso, ficam duas certezas: O choro é livre e Bolsonaro é ribeirão-pretano”.
Bolsonaro cidadão ribeirãopretano
Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (20), o ex-presidente da república, Jair Bolsonaro (PL) foi honrado com o título de cidadão ribeirãopretano.
O Projeto de Decreto Legislativo foi aprovado por 17 votos favoráveis e 4 contrários. 21 vereadores participaram do ato, com ausência de Maurício Gasparini (União Brasil), que cumpria agenda com o Governo do Estado.
A aprovação aconteceu no segundo dia após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Outros 33 nomes também foram citados.
Não há data anunciada para a cerimônia de entrega da honraria ou qualquer outra formalidade.