Um idoso que morreu em casa e foi enterrado com caixão lacrado por conta dos protocolos de covid-19, no sábado, em Ribeirão Preto, era portador da doença. A informação é da prefeitura da cidade, de divulgou o resultado do exame de material colhido no cadáver. Na ocasião, a família informou que acreditava que ele tivesse morrido de ataque cardíaco e negou que ele estivesse doente.
Não é possível determinar se as complicações decorrentes da covid-19 foram a causa da morte, mas unicamente que o idoso estava doente quando morreu. Com a adoção dos protocolos de segurança, como o caixão lacrado e a ausência de velório, não houve risco de contaminação para outros familiares.
Durval Alves dos Santos foi encontrado morto por familiares na manhã de sexta-feira (9). Ele estava caído em sua casa e a suspeita é que ele tenha tido um ataque cardíaco. A família, então, foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) cobrar a resolução do problema. Apesar disso, um médico esteve no local e atestou a morte como suspeita de covid-19, o que veio a ser confirmado posteriormente pelo exame.
O caso foi divulgado pelo portal do Grupo Thathi e, na ocasião, familiares contestaram a medida de segurança do velório. Procurados depois da divulgação do resultado, familiares afirmaram não acreditar no resultado. “Ele estava bem, não tinha covid-19. Eu tinha certeza que eles fariam esse exame dar positivo”, disse a neta do idoso, Michele Teixeira. “Ele não estava com sintoma nenhum e ninguém morre se codiv da noite pro dia. Jamais esse povo iria admitir que fosse outro resultado”, disse. Ela informou, entretanto, que não fez o teste para detectar o covid-19 depois da confirmação do exame.
Protocolo
Sandro Scarpelini, secretário da saúde de Ribeirão Preto, informou que o registro de mortes como suspeita de covid-19 é um protocolo das autoridades médicas. “Qualquer morte fora da rede hospitalar é registrada dessa forma. Depois, quando há confirmação, a causa da morte é alterada”, afirmou o secretário em entrevista ao Grupo Thathi, no programa Mentoria 2020.
Ainda segundo Scarpelini, é uma determinação do Ministério da Saúde. “Quando uma pessoa falece em casa, o médico que declara o óbito. Para não expor mais gente a contato com a possível virose, todos os óbitos de pessoas que morreram em casa são submetidos à coleta do material para a testagem de covid. E o atestado de óbito vai como suspeita de covid. O exame sai em alguns dias e aí temos certeza”, contou.