A Justiça Eleitoral de Ribeirão Preto determinou que a Polícia Federal abra inquérito para investigar a acusação, feita pela vereadora Duda Hidalgo (PT) contra Diego Wolg (PSC) por violência política de gênero. Os dois são pré-candidatos a deputado estadual. Na ocasião, Wolg afirmou que a vereadora tinha “suvaco peludo”.
A decisão judicial foi divulgada nesta quarta-feira (10) e foi assinada pelo Juiz Eleitoral Thomaz Carvalhaes Ferreira. Da determinação, cabe recurso.
“Conforme requerido pela noticiante e endossado pelo MPE, defiro o pedido para solicitação de instauração de inquérito policial visando a elucidação dos fatos narrados na inicial, destinado à apuração de eventual prática da infração penal descrita pelo art. 326-B do Código Eleitoral (Lei n.º 4.737/65)”, disse o magistrado, na sentença.
De acordo com a acusação, tal conduta se enquadra no artigo 326-B da legislação eleitoral, que tipifica o crime de violência política de gênero. Se condenado, Diego está sujeito à pena de até quatro anos de reclusão, além de estar sujeito a punições eleitorais que variam de multa até a cassação do registro de candidatura.
O caso
Na ocasião, o pré-candidato proferiu ofensas nas redes sociais de Duda. Segundo a notícia-crime proposta pela vereadora, o fato ocorreu na última em 25 de julho, depois de uma postagem feita pela parlamentar, na qual ela criticava o deputado federal Daniel Silveira (PL), que concorre a uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro, a quem classificou como “perigo para as mulheres”, foi rebatida por Wolg.
Silveira chegou a ser preso após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) por ofensas direcionadas a ministros da Corte. Depois de condenado, teve um perdão decretado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Numa das mensagens, ele escreveu: “Perigo para as mulheres??? Pelo que sei a mulherada pira no Daniel… é que vcs tem suvaco peludo e cabelo de mendigo. Aí ele não gosta mesmo” (sic). A postagem ocorreu depois da candidata criticar Silveira (PL).
Agora, o caso foi enviado à Polícia Federal, que, após ouvir os depoimentos e realizar a coleta de provas, decidirá sobre a eventual denúncia do acusado ou pelo arquivamento do caso.
Repercussões
Procurado, Wolg informou que irá se defender e que não criticou Duda. Segundo ele, houve apenas uma resposta a um comentário depreciativo feito pela petista.
Duda, por outro lado, afirmou, quando fez a denúncia, que o caso precisa ser investigado e que constitui um crime eleitoral motivado pela violência de gênero. “Fui assediada, atacada e humilhada por um candidato bolsonarista que claramente visa, com esses ataques, manchar minha imagem e enfraquecer minha candidatura nestas eleições”, afirmou, na ocasião.