O juiz da 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, condenou, na manhã desta sexta-feira (18), 21 réus da Operação Sevandija. Entre os condenados estão os ex-presidentes da Câmara, Walter Gomes e Cícero Gomes, os ex-secretários municipais Marco Antônio dos Santos, Layr Luchesi Junior e Ângelo Invernizzi e outros ex-vereadores e empresários.
Segundo a Justiça, cabe recurso a todos os condenados.
Os sentenciados são investigados pela participação em um esquema de fraudes em contratos de R$ 105 milhões entre a Prefeitura e a Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp).
As investigações apontaram que a Atmosphera Construções e Empreendimentos, uma das prestadoras de serviço contratadas pela Coderp, funcionava como “cabide de empregos”. Os cargos nessas empresas prestadoras de serviço eram ocupados por pessoas indicadas por agentes públicos, especialmente vereadores.
Em troca, os ex-vereadores recebiam apoio político às decisões da Prefeitura, então comandada por Dárcy Vera (sem partido), já condenada a 18 anos e 9 meses de prisão em regime fechado.
Confira as penas:
Walter Gomes de Oliveira (ex-presidente da Câmara Municipal): condenado a 17 anos de reclusão em regime fechado por recebimento de propina e de vantagem indevida pela indicação de 55 apadrinhados políticos.
Cícero Gomes da Silva (ex-presidente da Câmara Municipal): condenado a 17 anos e oito meses de reclusão em regime fechado por recebimento de propina e de vantagem indevida pela indicação de 85 apadrinhados políticos.
Antonio Carlos Capela Novas (ex-presidente da Câmara Municipal): condenado a 13 anos de prisão em regime fechado por recebimento de vantagem indevida pela indicação de 42 apadrinhados políticos.
Genivaldo Gomes (ex-vereador): condenado a 10 anos e 18 dias de reclusão em regime fechado por recebimento de propina e de vantagem indevida pela indicação de seis apadrinhados políticos.
Evaldo Mendonça da Silva (ex-vereador): condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado por recebimento de vantagem indevida pela indicação de 13 apadrinhados políticos.
Samuel Antonio Zanferdini (ex-vereador): condenado a 11 anos e dois meses de reclusão em regime fechado por recebimento de vantagem indevida pela indicação de 38 apadrinhados políticos.
Maurilio Sanches Romano Machado (ex-vereador): condenado a 11 anos e dois meses de reclusão em regime fechado por recebimento de vantagem indevida pela indicação de 27 apadrinhados políticos.
José Carlos de Oliveira, Bebé (ex-vereador):condenado a 11 anos e dois meses de reclusão em regime fechado por recebimento de vantagem indevida pela indicação de 34 apadrinhados políticos.
Saulo Rodrigues da Silva (ex-vereador): condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado por recebimento de propina e de vantagem indevida pela indicação de 12 apadrinhados políticos.
Marco Antonio dos Santos (ex-superintendente da Coderp e ex-secretário de Administração): condenado a 38 anos, um mês e 26 dias de prisão em regime fechado, além de multa de 2% do valor dos contratos licitados ou celebrados com dispensa de licitação.
Layr Luchesi Junior (ex-secretário da Casa Civil e de Esportes): condenado a 31 anos, 11 meses e 20 dias em regime semiaberto, além de multa de 2% do valor dos contratos licitados ou celebrados com dispensa de licitação.
Ângelo Invernizzi Lopes (ex-secretário de Educação): condenado a 32 anos e dois meses em regime semiaberto, além de multa de 2% do valor dos contratos licitados ou celebrados com dispensa de licitação.
Davi Mansur Cury (ex-superintendente da Coderp): condenado a 22 anos, 10 meses e cinco dias de reclusão em regime semiaberto.
Maria Lúcia Pandolfo (ex-funcionária da Coderp): condenada a 14 anos, oito meses e 20 dias em regime fechado.
Vanilza da Silva Daniel (ex-gerente de recursos humanos da Coderp): condenada a sete anos, quatro meses e 20 dias em regime semiaberto.
Sandro Rovani Silveira Neto (ex-advogado do Sindicato dos Servidores Municipais): condenado a oito anos e seis meses em regime fechado.
Jonson Dias Correa (empresário): condenado a oito anos e seis meses em regime fechado.
Simone Aparecida Cicillini (empresária): condenada a dois anos e oito meses de prisão.
Uesley Silvio Medeiros (advogado): condenada a quatro anos de detenção, substituídos por pena restritiva de direitos – prestação de serviços à comunidade (uma hora de tarefa por dia de condenação), além de multa de 2% do valor dos contratos licitados ou celebrados com dispensa de licitação.
Paulo Roberto de Abreu Júnior (sócio proprietário da Atmosphera): condenado a oito anos de reclusão, sendo o primeiro ano em regime fechado domiciliar diferenciado (recolhimento noturno e aos finais de semana) e o restante da pena em regime aberto.
Alexandra Ferreira Martins (namorada do empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera): condenada a três anos e quatro meses de detenção, sendo o primeiro ano em regime fechado domiciliar diferenciado (recolhimento noturno e aos finais de semana) e o restante da pena em regime aberto.